Jogo de futebol, no Brasil, é sinônimo de fogos de artifício. Para gente, representa festa, mas para os pets, estresse genuíno. “É normal que os pets se assustem com o barulho alto e repentino. Os estouros podem provocar até mudança de comportamento, porque eles possuem audição muito sensível”, explica a veterinária Gisele Andrade, da UCB Saúde Animal.
Segundo o veterinário Aldo Macellaro Jr., do Clube de Cãompo, o cachorro associa o barulho a um perigo e as reações vão desde salivação intensa, tremores até buscar um abrigo ou tentar fuga. “E essa fuga pode ser perigosa. No desespero, ele pode atravessar uma janela, uma porta de vidro ou mesmo ficar prensado no portão e até se perder na rua”, comenta.
Mas há métodos para ajudá-los a enfrentar esse período com mais tranquilidade, já que, além do Mundial da Fifa, neste mês também tem festas juninas.
Ao ver seu bichinho amedrontado, a primeira reação do tutor é afagá-lo e colocá-lo no colo. Essa atitude, ao invés de ajudar, pode prejudicar. “Ele pode ficar ansioso e associar a reação do tutor ao barulho dos fogos, ficando, assim, com mais medo”, diz Gisele.
“Nessa tentativa de acalmá-los, acabamos estimulando o medo, pois o animal passa a associar aquele carinho a algo ruim. O ideal é o tutor agir de forma natural, brincar com o animal, entretê-lo com seu brinquedo favorito, fazer festa, como se nada estivesse acontecendo”, acrescenta a veterinária Karina Mussolino, coordenadora técnica da Pet Center Marginal.
Refúgio
A busca por um refúgio deve ser respeitada pelo tutor. “Se o bicho se esconder, não o obrigue a sair. Deixe-o lá e não chame sua atenção por causa disso”, ressalta Gisele.
“Naquele local ele estará se sentindo seguro e confortável”, acrescenta o veterinário Macellaro Jr..
Segundo Karina, quando há previsão de estouro de fogos, também é importante os tutores deixarem os animais livres para as fugas inesperadas em busca de refúgio, livrando-os da coleira e mantendo o espaço livre, para que não se machuquem. Do contrário, eles podem ficar rodando em círculos e até se enforcarem.
“No caso dos gatos, é comum que sumam da vista dos tutores. Se a casa ou o apartamento forem seguros, com redes nas janelas e portões fechados, deixe o bichano por lá. Evite ficar chamando para não estressá-lo mais”, aconselha Karina.
Susto é risco para os cardíacos
O susto nos pets com problemas de saúde merece atenção dobrada. “Há desde pacientes que convulsionam, a animais que morrem por sofrerem parada cardiorrespiratória devido ao estresse ocasionado pelo barulho excessivo”, ressalta Karina.
Segundo Macellaro Jr., cães que já tenham alguma doença cardíaca precisam de cuidados redobrados nesse momento.
E nada de deixar seu pet sozinho em casa, pois pode representar um risco ainda maior.
Karina diz que em muitos casos é possível usar florais de bach para acalmar os pets. “É interessante que o tutor seja precavido e converse com o médico sobre essa possibilidade. Mas nada de automedicação, que é perigosa e pode até matar os bichinhos quando usados de forma indevida”, alerta.
Em último caso, se nenhuma das atitudes surtir efeito, Gisele e Jr. acham possível submeter o animal a medicações, como tranquilizantes. “Mas, para isso, é importante consultar um especialista para a prescrição adequada”, alerta a veterinária.
Fonte: Jornal da Cidade