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Vereador propõe criação do dia Segunda sem Carne em Porto Alegre (RS)

18 de fevereiro de 2010
3 min. de leitura
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(da Redação)

O vereador Beto Moesch (PP) protocolou projeto de lei para instituir em Porto Alegre  o dia  “Segunda sem Carne”. Pela proposta, residências, restaurantes e demais estabelecimentos que comercializam gêneros alimentícios serão estimulados a optar por refeições vegetarianas todas as segundas-feiras. 

“A dieta vegetariana é ecológica, saudável e compassiva. Precisamos disseminá-la o mais possível entre a população”, defende o parlamentar. 

A iniciativa conta com o apoio da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), idealizadora da campanha nacional “Segunda sem Carne”, já adotada pelo governo de metrópoles como São Paulo.

A medida também procura promover o veganismo, filosofia de vida baseada nos direitos animais, cujos adeptos procuram não consumir produtos nem participar de atividades em que há exploração ou uso de bichos, excluindo todos os alimentos de origem animal –carne, ovos, laticínios, gelatina, mel e seus derivados. 

Impactos no meio ambiente

Moesch diz que a produção industrial de carnes é uma das maiores fontes de poluição ambiental. “A manutenção de 30 bilhões de aves, peixes e mamíferos para abate exige áreas gigantescas, consome enorme volume de recursos naturais e energéticos, onera os cofres públicos e gera bilhões de toneladas de resíduos tóxicos sólidos, líquidos e gasosos, que contaminam solo, água, ar, plantas, animais e pessoas”, lista. 

Relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), de 2006, indica que os animais mantidos para consumo humano têm mais responsabilidade pelas mudanças climáticas do que todos os veículos automotores do mundo somados. De acordo com a pesquisa, cerca de 18% da emissão dos gases causadores do aquecimento global são gerados pela indústria da carne.

Outro estudo, publicado pela SVB, revela que um quilo de carne bovina é responsável, em média, por 10 mil m2 de floresta desmatada e pelo consumo de 15 mil litros de água doce limpa, além das dezenas de poluentes despejados no meio ambiente. No dossiê, calcula-se que, a cada segundo, uma área de floresta tropical do tamanho de um campo de futebol seja desmatada para produzir carne de boi equivalente a 257 hambúrgueres. Além disso, em uma terra cuja cobertura vegetal tenha sido removida e que tenha sofrido ação de pastoreio excessivo, a temperatura média pode aumentar cerca de 4°C. 

Vegetarianismo e saúde

O vereador ainda aponta dados científicos que indicam relações positivas entre a dieta vegetariana e a redução do risco de várias doenças e condições degenerativas crônicas, como obesidade, doença arterial coronariana, hipertensão, diabetes melito e alguns tipos de câncer. 

Ele menciona a posição da Associação Dietética Americana, segundo a qual as dietas vegetarianas apropriadamente elaboradas são saudáveis, adequadas em termos nutricionais e apresentam benefícios para a saúde na prevenção e no tratamento de doenças. 

Do mesmo modo, faz referência ao “Guia alimentar para a população brasileira”, editado em 2006 pelo Ministério da Saúde, que alerta que uma alimentação rica em proteínas animais contém altos teores de gorduras totais e saturadas e, portanto, pode não ser saudável.

Maus-tratos aos animais

A exploração dos animais e a indiferença para com o seu sofrimento é mais um motivo para a proposição. “Não podemos ignorar que os animais são seres sencientes, isto é, sentem dor, prazer, alegria, tristeza, medo e afeto, assim como os seres humanos. O modo como são tratados no sistema de criação intensiva, confinados e manipulados como meras mercadorias, é extremamente cruel”, argumenta Moesch.

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