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Jubarte encalha em praia do RN

21 de outubro de 2011
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“Eram três. Duas grandes e uma pequena. Esta aí não conseguiu sair. As outras duas sumiram no mar”, conta o jovem Aureliano Garcia, de 12 anos, um dos primeiros garotos a perceber a presença de uma baleia Jubarte encalhada na Praia de Upanema, perto do Farol, no município de Areia Branca na manhã de ontem.

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), de Mossoró, foi avisado, mas só chegou ao local ao meio-dia. Enquanto o Ibama, Polícia Ambiental e os pesquisadores do Projeto Cetáceos da Branca, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), não chegaram, as crianças se aproximaram muito do animal.

Baleia está presa num banco de areia na praia de Upanema. Foto: Cezar Alves

Em algumas ocasiões, as crianças subiam na Jubarte, um comportamento condenado pela pesquisadora/doutora Bernadete Fragoso, do Projeto Cetáceo. “Não é aconselhável se aproximar para não estressar o animal e também para evitar, inclusive doenças”, explica.

Bernadete disse que pesquisa este tipo de baleia há mais de 10 anos e que já resgatou outro animal da mesma espécie há poucos anos. Ela iniciou ontem mesmo o trabalho para desencalhar a Jubarte na Praia de Upanema, em Areia Branca.

“Este tipo de resgate às vezes demora até 3 dias, pois as embarcações precisam de autorização para navegar, é preciso material especial e muito resistente para desencalhar um animal marinho deste porte”, destaca a pesquisadora, lembrando que nestas condições a Jubarte chega a resistir até 5 dias. “Vamos usar colírios nos olhos e alguns tipos de pomadas e lençóis para evitar desidratação da pele”.

O trabalho de resgate só será possível em maré alta. Ontem à tarde a maré estava no ponto “morto”, como classifica os moradores da comunidade. É quando a maré sobe e desce lentamente. A previsão de maior maré, no caso, é entre meia-noite e 2 da madrugada. Será neste momento que os pesquisadores, com suporte logístico de rebocadores, vão fazer a primeira tentativa de desencalhe.

Os pesquisadores e os fiscais do Ibama disseram que vão se empenhar ao máximo para desencalhar a Jubarte, mas os moradores da comunidade disseram que não acreditavam nesta possibilidade. “Eles não têm equipamentos adequados, muito embora demonstrem empenho”, diz o comerciante Francisco de Assis, acrescentando que “já aconteceu este tipo de encalhe em Areia Branca e o animal terminou morrendo”.

Fonte: Tribuna do Norte

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