Por Carlos Wagner
A história de uma égua teve uma reviravolta na tarde de quinta-feira passada, quando um homem com cerca de 40 anos conduzia a cabresto o animal de pelo escuro pela Avenida Edgar Pires de Castro, em Porto Alegre (RS). As feridas espalhadas pelo lombo e pela cara do animal chamaram a atenção de Renato da Silva Otto, 38 anos.
– Parei a moto e falei com o homem. Disse que iria denunciá-lo à polícia por maus-tratos. Ele disse que a égua não era dele, apenas a estava conduzindo. Perguntei se venderia e ele disse que sim, por R$ 200. Ofereci R$ 100 e o meu silêncio sobre a origem da égua e o nome dele. Ele aceitou – relatou.
Otto telefonou para a parceira em uma escola de hipismo, Kelly Leichter Suksteris Piccini, dizendo que tinha comprado uma égua maltratada.
– O que vi me deixou perplexa – relatou a professora.
A égua estava com uma queimadura na garupa, o olho esquerdo machucado por uma pancada, um dos ossos da cara fraturado e a barriga inchada pela presença de vermes. O animal andava cambaleante.
Ontem, a égua dividia espaço com outros 24 cavalos. Ganhou um nome: KS Vida. Está sendo tratada pela veterinária Marta Sperb. Segundo Kelly, a veterinária avaliou que a égua deve estar com cerca de 15 anos, um animal considerado velho. Tudo indica que tenha sido usada por muitos anos para montaria:
– O estado de saúde dela melhorou. Ela é um animal muito meigo.
Ela disse que o animal viverá o resto dos seus dias na escola, em uma área de 12 hectares na Zona Sul. É sua intenção contar aos alunos a história de KS Vida, para que sirva como exemplo da preocupação que as pessoas devem ter com animais maltratados.
Fonte: Jornal Zero Hora