(da Redação)
O crime cibernético – ou “cybercrime” – não tem poupado nem os animais não-humanos.
Alguns caçadores em busca de peles ou chifres de animais selvagens perceberam que não precisam mais ficar em uma selva por vários dias procurando indivíduos de espécies ameaçadas para matar. Ao invés disso, eles podem contratar um gênio da informática.
Oficiais do Departamento de Vida Selvagem que mantêm o controle sobre Tigres-de-Bengala na reserva indiana protegida de Satpura-Bori declararam recentemente que alguém hackeou o seu computador. Os dados roubados continham informações de uma coleira de tigre com GPS. As informações são da Care2.
Os dados de localização do tigre monitorado chamado Panna-211 estão provavelmente comprometidos. Infelizmente, se aspirantes a caçadores são capazes de rastrear esta coleira, eles podem saber informações em tempo real sobre onde está Panna-211. Tudo o que eles têm que fazer é ir até ele e matá-lo. Uma vez que ninguém descobriu quem hackeou esses dados, os melhores funcionários da área de vida selvagem do governo indiano deverão manter estrita vigilância sobre Panna-211 durante os próximos meses.Muitos programas e organizações estão usando coleiras com GPS em animais selvagens com propósitos de estudos e preservação.
Utilizadas nos ameaçados antílopes no Quênia e até em guepardos asiáticos no Irã, coleiras com GPS têm valor inestimável na luta para salvar espécies à beira da extinção.
Um bom exemplo foi o trabalho feito no Quênia em 2008, rastreando a zebra de Grevy. Os dados coletados com a coleira de GPS das zebras proveu aos pesquisadores informações críticas sobre como esses animais conciliam a necessidade de encontrar alimento com a constante ameaça de predadores.
“Nós conseguimos saber como as zebras mudam o comportamento acentuadamente quando usam as planícies à noite, para minimizar o risco de serem predadas por leões”, disse Daniel Rubenstein, diretor do Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionista da Universidade de Princeton, à CNN.
Pesquisadores também estão usando coleiras de GPS para acompanhar os gorilas-do-rio-cross (“Diehli”) próximos à fronteira que divide a Nigéria e Camarões. Caçadores e outras ameaças como o desmatamento e a perda de habitat forçaram esses macacos a se mover para áreas montanhosas, o que fez com que o rastreamento de seus movimentos se tornasse desafiador. Dados obtidos pelo GPS ajudam os pesquisadores a entender para onde os gorilas vão e como eles lidam com ameaças de humanos à sua existência.
Segundo a reportagem, é imensamente frustrante quando avanços tecnológicos que servem para ajudar animais são, ao invés disso, desviados por criminosos e usados para prejudicá-los, e esse evento deve servir como alerta para que os conservacionistas que trabalham com coleiras de GPS em animais reforcem as medidas de segurança aos seus computadores.