A principal diferença entre os humanos e os demais animais está no potencial cerebral e de inteligência que podem desenvolver.
Por isso, vez ou outra, alguns animais aparecem nas grandes mídias com algum diferencial em específico, seja relacionado a algum recorde — como o caso de Jonathan, o animal terrestre vivo mais velho vivo — ou alguma habilidade desenvolvida — como o polvo Paul, que ‘previu’resultados da Copa do Mundo de 2010. Porém, hoje quem será apresentado provavelmente surpreendeu muito mais gente, graças a uma incrível capacidade desenvolvida: Koko, a gorila.
Confira a seguir cinco curiosidades sobre Koko, a grande símia que surpreendeu o mundo ao aprender a se comunicar com linguagem de sinais:
A vida de Koko
Hanabiko ‘Koko’ foi uma gorila-ocidental-das-terras-baixas que veio a ser conhecida por todo o mundo graças a uma habilidade muito peculiar que desenvolveu ao longo de sua vida: além de ter sido muito empática, também surpreendeu ao aprender a se comunicar com humanos por meio de uma espécie de linguagem de sinais adaptada.
Nascida em 4 de julho de 1971 no zoológico de San Francisco, nos Estados Unidos, logo ela foi transferida para uma reserva localizada em Woodside, na Califórnia (EUA), especializada no cuidado de gorilas — a Gorilla Foundation. Foi lá que Koko passou a maior parte de sua vida, com todos os cuidados necessários para crescer bem, e também foi onde ela desenvolveu a curiosa habilidade de comunicação por linguagem de sinais.
Inteligência
Ao longo do tempo sob os cuidados da Gorilla Foundation, de acordo com o site da própria organização, Koko demonstrou grande inteligência se comparada aos demais gorilas do local, o que motivou a cuidadora Francine Patterson a instruí-la de maneira diferente.
O trabalho de Patterson com Koko começou ainda em 1972, quando a gorila chegou a desenvolver um vocabulário com surpreendentes mais de mil sinais — além de compreender mais de duas mil palavras em inglês —, sendo capaz de diferenciar até mesmo substantivos, verbos e adjetivos, além de conceitos abstratos como ‘bom’ e ‘falso’. O animal se tornou uma referência tão importante, que a linguagem que utilizava ficou conhecida posteriormente como ‘linguagem de sinais do gorila’ (GSL).
Por fim, embora a capacidade cognitiva e comunicativa de Koko não tivesse ultrapassado nem mesmo a de uma criança de 3 anos, o que a gorila fez em vida foi surpreendente para a espécie. Ela era extremamente inteligente e possuía um QI que ia de 75 a 95.
Competência emocional e habilidades
Embora a capacidade de se comunicar de Koko seja a habilidade mais surpreendente e sempre destacada do animal, seu comportamento também era um grande diferencial com relação a outros da espécie, sendo muito parecido com o de humanos. Ela possuía seus próprios gostos e preferências, além de demonstrar suas vontades e expressar emoções como felicidade, tristeza, decepção, surpresa, entre outras.
A inteligência de Koko lhe permitiu até mesmo a aprender a utilizar um gravador de voz, e durante os usos do aparelho foi percebido, também, que ela demonstrava um certo controle da própria respiração — habilidade também exclusiva de humanos, até então. Graças ao trabalho desenvolvido com ela que pesquisadores puderam concluir que grandes símios (os macacos mais próximos evolutivamente aos humanos) são capazes de desenvolver habilidades semelhantes às de uma criança.
Celebridade
Claramente Koko não passaria despercebida pelos olhos das grandes mídias, com tamanhas e intrigantes habilidades — sem contar as que ela poderia vir a desenvolver eventualmente. Por isso, muitas pessoas tentavam ir até a Gorilla Foundation justamente para tentar encontrá-la; ou seja, Koko havia se tornado uma celebridade.
Além de ter estampado algumas edições da National Geographic, Koko também participou de documentários e chegou até mesmo a conhecer, pessoalmente, o lendário Robin Williams. Na ocasião, registrada em vídeo em 2001, a gorila chegou a brincar com o ator, e tentou até mesmo utilizar seus óculos.
Mãe de um gatinho
Apesar de todos os feitos surpreendentes, provavelmente a manchete mais famosa sobre Koko foi quando a gorila pediu à sua criadora, em 1984, com sinais referentes à ‘bigodes’, que lhe desse um gatinho de estimação. Então sua criadora lhe deu um bichinho de pelúcia em formato de gato, o que a não satisfez, e em seu aniversário, no mesmo ano, ganhou um gatinho de verdade — tendo até mesmo escolhido seu nome: All Ball.
Infelizmente, em dado momento All Ball fugiu e acabou sendo atropelado, o que entristeceu grandemente Koko, que respondeu a mensagem com sinais de ‘triste’ e de ‘gato dormindo’. Porém, no ano seguinte, 1985, ganhou outros dois gatinhos: Lipstick e Smokey, que eventualmente morreram, e em seu aniversário de 44 anos, em 2015, ganhou outros dois, nomeados como ‘Mr. Gray‘ e ‘Mr. Black‘.
Infelizmente, somente quase 3 anos depois, em 19 de junho de 2018 — pouco antes de completar 47 anos —, Koko veio a falecer. Hoje, a Gorilla Foundation segue honrando o legado dela, reproduzindo a linguagem desenvolvida com Koko com outros símios, sendo ela um grande símbolo da organização.
Fonte: AH