Nas últimas semanas, a cidade de Capoeiras, em Pernambuco, tem se dedicado aos preparativos para as festas de fim de ano, adornando as ruas com fitas, luzes e instalando um encantador presépio na praça central. A antecipação revelou-se providencial, já que, de certa forma, o espírito natalino chegou mais cedo este ano.

Numa manhã quente de verão, o morador Junior Almeida passeava pela praça da cidade e notou uma peculiaridade no presépio. A manjedoura central, geralmente vazia antes do Natal, agora tinha uma ocupante inesperada.

Ao se aproximar, Almeida percebeu que a ocupante não era uma estatueta de porcelana antecipada, mas sim uma adorável cadelinha que escolheu a manjedoura como local para uma soneca.

Almeida, longe de considerá-lo uma intrusa, expressou sua visão: “Deus está em tudo e em todos, inclusive nos animais.” A surpresa não decepcionou Almeida, que reconheceu na cadela, chamada Caramelo, uma presença legítima na representação simbólica.

Caramelo, ao contrário da suspeita inicial de ser uma SRD solitária, recebe cuidados e alimentação da comunidade local. Embora a origem da cadela seja incerta, Almeida acredita que tenha sido abandonada na praça em algum momento do passado, o que torna sua presença na singela exposição do presépio ainda mais simbólica.

A história de Caramelo, contudo, transcende a adversidade, revelando a compaixão dos moradores que, mesmo diante das incertezas de sua origem, cuidam dela. Essa narrativa, alimentada pela bondade alheia, transforma-se em uma celebração genuína, na qual a esperança floresce em meio às festividades de fim de ano.