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DOR E SOFRIMENTO

Nariz achatado, patas curtas e falta de rabo: conheça as características físicas que afetam a saúde dos cães

10 de abril de 2024
4 min. de leitura
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Foto: Photo Spirit / Shutterstock

Dos corpos longos dos dachshunds aos rostos achatados dos pugs, muitas das raças de cães mais populares são conhecidas por suas características corporais “extremas”. Isso inclui o crânio protuberante, pernas torcidas, costas inclinadas e olhos salientes. Embora muitos considerem essas condições “fofas”, elas podem significar uma predisposição genética de algumas raças para graves problemas de saúde.

Alguns pesquisadores afirmam que o cão deve poder respirar livremente em repouso e durante os exercícios, sem a necessidade de cirurgia corretiva. Eles também devem ser capazes de manter uma temperatura corporal normal, movimentar-se livremente, comer e beber de maneira eficaz, ouvir, cheirar, ver, e dormir normalmente.

Essas condições variam de acordo com a raça e podem ser resultado de características específicas de cada uma delas, como tamanho, forma do corpo, e histórico de reprodução seletiva. A maioria desses aspectos não evoluiu naturalmente, sendo o resultado de centenas de anos de criação, que incluem inúmeros cruzamentos selecionados e planejados para conseguir as características desejadas.

Com o objetivo de combater práticas cruéis na criação de animais, como características reprodutivas que afetam negativamente as gerações futuras, alguns países tem em suas legislação restrições na posse desses cães. Essas proibições, muitas vezes enquadradas em leis conhecidas como Legislação Específica de Raça (ou BSL, do inglês Breed-Specific Legislation), são projetadas para garantir a segurança pública e prevenir incidentes relacionados aos animais.

Na Noruega, por exemplo, a criação das raças de cães bulldog inglês e do cavalier king charles spaniel é proibida no país, devido ao sofrimento que os animais vivenciam pelas peculiaridades que os tornam atraentes, como o crânio pequeno ou o focinho muito achatado.

Pernas curtas e torcidas

Cães de pernas curtas, também conhecidos como raças braquicefálicas, enfrentam uma série de problemas de saúde devido à sua anatomia única. Raças como dachshund (salsicha), corgi, basset hound, estão predispostas a problemas de coluna devido à sua estrutura corporal alongada, o que resulta na probabilidade de desenvolver doenças como hérnia de disco e doença do disco intervertebral. O estresse contínuo sobre a coluna vertebral pode levar a dor crônica, dificuldade de locomoção e, em casos graves, paralisia.

A configuração corporal única dessas raças também pode colocar uma tensão adicional nas articulações, especialmente nas pernas e na coluna vertebral. Isso pode levar ao desenvolvimento precoce de artrite e artrose, resultando em dor, rigidez e dificuldade de mobilidade. A obesidade é outro fator que pode exacerbar ainda mais os problemas de coluna e articulares, além de aumentar o risco de problemas de saúde relacionados, como diabetes, doenças cardíacas e problemas respiratórios.

Narriz achatado

Raças como bulldog inglês, pug, boxer e shih tzu, são conhecidas como “braquicéfalos” por enfrentam uma série de problemas. Devido ao crânio achatado dessas raças e narinas estreitas, as vias aéreas podem ser pequenas, levando a dificuldades respiratórias. Isso pode resultar em falta de ar, intolerância ao calor, problemas respiratórios durante o exercício e ronco excessivo.

Os olhos “arregalados” dessa raças podem estar mais expostos a lesões e irritações. Problemas oculares, como úlceras de córnea, olho seco e prolapso da glândula lacrimal, são comuns e podem afetar a visão e o conforto do cão. Além do alinhamento incorreto dos dentes, que pode levar a problemas dentários, como cáries, acúmulo de tártaro e doença periodontal. Isso pode causar dor, inflamação das gengivas e até mesmo perda de dentes.

Ausência de rabo

A prática de cortar o rabo de cães, conhecida como caudectomia, é popular em todo o mundo, porém gera reações negativas em protetores da causa animal. Existem cachorros que nascem com essa condição, mas na maioria das vezes é resultado de intervenções humanas por motivos estéticos ou de “conformidade com padrões de raça”. No entanto, a estética não deve ser priorizada em detrimento do bem. Aqui estão algumas raças que historicamente foram alvo desse procedimento:

Doberman Pinscher
Rottweiler
Boxer
Cocker Spaniel
Boston Terrier
English Bulldog
French Bulldog
Miniature Schnauzer
Australian Shepherd
Pembroke Welsh Corgi

A ausência dessa estrutura é considerada controversa e problemática por várias razões. Cães sem rabo têm menos proteção na região do cóccix, o que os torna mais propensos a lesões, especialmente durante atividades vigorosas ou em ambientes onde podem colidir com objetos ou superfícies duras.

A cauda também é uma importante ferramenta de comunicação para os cães, e sua ausência pode dificultar a expressão de emoções e a interação social com outros cães. Isso pode levar a mal-entendidos e conflitos em situações de socialização. Além disso, o rabo canino tem um papel fundamental no equilíbrio e na coordenação durante atividades físicas, como corrida e salto.

Fonte: O Globo

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