Luciano Buzatto
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Lamentavelmente, ainda existem pessoas pensando que ajudam a combater o crime de abandono de animais enchendo suas casas de cães e gatos retirados das ruas. Mais gente ainda pensa em montar uma ONG ou grupo e criar campos de concentração animal, proferindo discursos de absoluta ingenuidade ou ignorância, pedindo dinheiro, prometendo às pessoas tirar todos os animais das ruas.
Nenhuma ONG e nenhum grupo ou pessoa acabarão com o abandono de animais abarrotando canis, gatis, quintais, casas, sítios etc. Enquanto se recolhe apenas um, outros tantos são abandonados. É impossível recolher todos os animais das ruas enquanto houver humanos irresponsáveis os enxotando de suas vidas a cada minuto. O número de animais abandonados é significativamente superior ao de adotados e assim os abrigos vão ficando cada vez mais cheios.
A verdade é que estamos cansados de ver na mídia casos de órgãos públicos, de instituições privadas, de grupos independentes, de protetores com seus imóveis abarrotados de cães e gatos, passando por extrema dificuldade com a superlotação, que gera a falta de dinheiro, espaço, comida, medicamentos, produtos de limpeza, voluntários para ajudar e, principalmente, pessoas para adotar.
Nós, humanos, somos os tutores dos animais e temos a obrigação de cuidar deles, mas devemos fazê-lo de acordo com nossas possibilidades, respeitando nossos limites e recursos.
O verdadeiro ativismo em defesa e proteção animal deve ser embasado em amor, conhecimento, responsabilidade, respeito ao semelhante, informação e constantes estudos e jamais pode ser praticado como um hobby. O ativismo pelos direitos dos animais não comporta aventureiros, desequilibrados, cobiçosos e arrogantes.
O objetivo central do ativismo praticado com seriedade é o fim do holocausto animal nos laboratórios, no ensino, nos rodeios, vaquejadas, circos, viveiros, matadouros etc, por meio da conscientização de que os animais são seres sencientes (sentem dor, medo, prazer, alegria e estresse, têm memória e saudade), têm consciência de si mesmos, são sujeitos de direito e não simples objetos para fins econômicos, religiosos, culturais, gastronômicos etc.
Contudo, todos nós, sem exceção, somos responsáveis por eles. Nunca se deve jogar nas costas das instituições, das ONGs e das outras pessoas a própria responsabilidade que se tem diante de um animal precisando de ajuda. Certamente, as organizações e os protetores independentes já estão com excesso de trabalho a espera de abnegados colaboradores e não de pedintes acomodados que buscam aliviar as suas consciências à custa dos sacrifícios dos outros. Qualquer pessoa, em algum momento, pode sozinha socorrer um animal necessitado.
Os crimes contra os animais só se extinguirão da sociedade quando ocorrer o despertar da consciência e o desabrochar do conhecimento universal na mente humana de que tudo que vive tem uma alma com a mesma importância e a mesma origem divina. Tudo e todos foram criados pelo mesmo Criador e caminham juntos à luz da evolução e perfeição.
Luciano Buzatto
Ativista pelos direitos dos animais
Idealizador e fundador da União Cabreuvana Protetora da Fauna e Fora
(UCAPROF)