Por Natalia Cesana (da Redação)
No ano passado, foi divulgado um vídeo em que um fuzileiro naval da Marinha dos Estados Unidos arremessa um filhote de cachorro de um penhasco. Agora, o vídeo da vez é um em que um soldado bate repetidamente em uma ovelha com um tão de beisebol enquanto outros soldados em volta riem. As informações são do jornal Huffington Post.
Veja o artigo escrito por Ingrid Newkirk, president e co-fundadora da PETA, a respeito do caso:
Anos atrás, durante a Primeira Guerra Mundial, soldados da Inglaterra e da Alemanha fizeram algo que impressionou seus superiores: eles pediram trégua durante o dia de Natal de 1914, saíram das trincheiras e dividiram cigarros, comida, mostraram uns aos outros as fotos das famílias e se divertiram com seus inimigos mortais, homens em quem mais tarde estariam atirando para matar. Os soldados perceberam que a outra parte, assim como eles mesmos, acreditava na missão de seu país e estava lá porque tinha sido enviada à guerra e não havia nada que pudesse ser feito além de lutar uns contra os outros.
Claro que aconteceram atrocidades nesta guerra, e em todas as outras, como estupros, espancamentos e saques, mas o momento de mais destaque está no fato de que soldados de exércitos opostos compartilharam sentimentos como o frio, a solidão e a distância de casa no dia de Natal.
Todos conhecem o massacre de My Lai, quando centenas de civis, na maioria mulheres e crianças, foram executados por soldados do exército dos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã, as fotos da prisão de Abu Ghraib e mais recentemente o vídeo de soldados urinando em cima de corpos. Mas há outra vítima que também não merece o que é feito contra ela: os animais.
No ano passado, um escandaloso vídeo saído da Marinha norte-americana mostra um fuzileiro naval atirando um filhote de cachorro de um penhasco. Agora há o vídeo de um soldado que repetidamente bate em uma ovelha com um taco de beisebol enquanto os que estão em volta gritam e dão risada. Eu diria que ela foi espancada até a morte, apesar de não vermos o resultado. Sabemos apenas, assistindo ao vídeo e vendo o estado de espírito dos soldados, que a ovelha teve um fim muito desagradável. O animal tenta se levantar várias vezes, mas os soldados continuam a golpeá-la enquanto riem.
A PETA fez o que sempre faz em casos de crueldade gratuita: escreveu ao secretário do Exército, John McHugh, e, como não houve resposta, a outros oficiais de alta patente, incluindo o chefe de Assuntos Públicos, general Stephen Lanza, e o comandante-geral do departamento de Investigação Criminal do Exército, David E. Quantock.
Ninguém, nem a PETA nem as milhares de pessoas que viram o vídeo e ficaram profundamente perturbadas, recebeu uma satisfação, uma palavra de conforto de que uma investigação seria iniciada.
Psicólogos e psiquiatras militares estão cientes de que a crueldade gratuita a animais, especialmente quando provoca prazer ao autor, é indicador de outros distúrbios sociais que precisam ser estudados a sério. Jovens que decapitam gatos da vizinhança ou penduram o cachorro da família em uma árvore certamente irão incorrer em outros crimes violentos se não forem impedidos. Todos os “atiradores de escolas” possuem histórias de crueldade contra animais, assim como cada assassino em série.
Se preocupar com o que estes soldados farão com outros seres é um pensamento válido, suficiente para questionar se o que eles sentem é aceitável ou se é engraçado torturar qualquer ser vivo que não pode se defender. Neste caso, quem está desarmado, é pequeno, dócil e está fora de seu ambiente, não encontra apoio.
É também preocupante não ouvir que algo esteja sendo feito sobre tal comportamento. General Lanza, General Quantock e Secretário McHugh, a população pode ouvir de vocês que os Estados Unidos condenam a crueldade contra qualquer ser vulnerável e que uma investigação está em curso?
O vídeo pode ser assistido no site da PETA. Para acessar, clique aqui (aviso: cenas de violência extrema).