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FAUNA AMEAÇADA

Tartaruga mais ameaçada do Brasil sofre com contaminação quase oito anos após tragédia de Mariana (MG)

31 de maio de 2023
2 min. de leitura
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Foto: Reprodução

Na Reserva Biológica de Comboios, em Linhares, Espírito Santo, o rompimento da barragem em Mariana (MG) tem afetado diretamente as tartarugas, além de outros animais. Segundo o coordenador do Centro TAMAR ICMBio, Joca Thomé, os animais apresentam alto índice de contaminação por metais pesados.

“[Afeta] Desde os microrganismos, até os grandes animais como as tartarugas, golfinhos, as toninhas, que estão apresentando alto índice de contaminação de metais pesados. (…) Nós estamos monitorando, com recursos da Fundação Renova, inclusive. A gente ainda não consegue avaliar o tamanho do dano ambiental”, diz o especialista.

Na quarta reportagem da série “Pra onde, Brasil”, do Profissão Repórter, os repórteres Guilherme Belarmino e Erik Von Poser e o repórter cinematográfico Eduardo de Paula percorreram mais de mil quilômetros na região Sudeste a bordo de um motorhome. A equipe retratou a luta por reparação dos atingidos pelos rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho.

“Se a natureza está contaminada, isso imediatamente vai ser sentido no ser humano. E o futuro nos dirá o quanto a gente é resiliente a isso, o quanto a natureza tem capacidade de diluir isso tudo, e a natureza voltar ao normal depois, para os seus níveis pré-desastre”, completa Joca.

Quilombo Degredo

Também no Espírito Santo, a comunidade quilombola de Degredo, onde vivem 800 pessoas, possui uma assessoria técnica para amparar atingidos por rompimento da barragem em Mariana (MG).

O serviço é oferecido pela Associação dos Pescadores e Extrativistas, e Remanescentes de Quilombo do Degredo (ASPERQD). Desde o rompimento da Barragem de Fundão, associação luta pela reparação dos moradores da comunidade. A principal conquista foi a criação da assessoria, comandada pelos próprios quilombolas.

“A assessoria técnica vem para auxiliar os atingidos e para entender o processo de reparação, que é muito complexo”, explica Simony Silva de Jesus, coordenadora da associação. “Hoje nós trabalhamos por eixo, ou seja, tem jurídico, social, ambiental e cultural”, completa.
Os quilombolas de Degredo conseguiram indenizações até cinco vezes maiores do que as pagas a outros atingidos. Eles provaram na Justiça que os povos originários foram os mais afetados pelo crime ambiental.

Fonte: G1

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