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Veja quais são os cuidados necessários na hora de dividir a cama com seu animal

5 de julho de 2015
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Ana Teresa compartilha a cama com eles: "São como meus filhos"
Ana Teresa compartilha a cama com eles: “São como meus filhos”

Hora de dormir. Banho tomado, pijama vestido, dentes escovados, cobertores, edredons e animais na cama. Animais? Isso mesmo. Para alguns apaixonados por seus bichos, eles também são companheiros de quarto. A prática, adotada por cerca de 23% das famílias brasileiras, segundo pesquisa da Comissão de Animais de Companhia (Comac) do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan), é cada vez mais comum. As pessoas criam laços fortes com os animais, passam a enxergá-los como membros da família e é normal que os “pais” queiram dormir com seus “filhos”.
É assim que a professora Ana Teresa França, 44 anos, pensa. Com nove gatos em casa, afirma que eles têm a liberdade de subir na cama e dormir com ela. “Todos têm uma noite agitada, cada um tem seu horário de dormir. Eu me deito e eles vão se revezando, se acomodando na cama”, conta.
Ana foi tutora de um cachorro por muitos anos e o cão não recebia tratamento diferente do dado hoje aos bichanos: ele também dividia a cama com a professora. “Os meus animais são como meus filhos, meus bebês, e gosto de estar próxima deles em todos os momentos. É um carinho poder dormir com todos.” Ana Teresa sempre conviveu com bichos e acredita que permitir que eles durmam na cama é uma questão muito pessoal. Para ela, as preferências do tutor e a do animal precisam ser levadas em consideração.
Na opinião da professora, animais que têm mais espaço para correr e vivem soltos em quintais vão querer um espaço quentinho para dormir, mas podem não se sentir confortáveis dentro do quarto, privados da liberdade que têm durante o dia. “Nesses casos, o pet pode preferir a própria cama, fora do ambiente onde o dono dorme”, acredita. Já os animais que vivem dentro de apartamentos ou espaços mais limitados, como os gatos, estão habituados a ficar nos ambientes domésticos na companhia constante do tutor e gostam de estar próximos deles na hora do descanso.
Quanto à questão da higiene, muito abordada por pessoas que não gostam de dividir o sono com os cães e gatos, Ana afirma não ter dificuldades. “Os meus animais são limpos. Se você cuida da saúde e da higiene do animal, não precisa ter preocupações com eles em cima da cama”, completa. As mascotes da professora tomam banhos semanais e nunca saem de casa.
A veterinária Heloísa da Costa Menezes corrobora as impressões de Ana Teresa. A profissional explica que, no caso de animais bem tratados, com a vermifugação e vacinação em dia e com a higiene adequada, não existe contraindicação. “Tudo depende da saúde e da limpeza do bicho e, se isso está ok, não há problema em compartilhar a cama com o dono”, afirma.
Heloísa acrescenta que o fato de não permitir ao animal subir na cama não previne as zoonoses — doença transmitidas de animais para seres humanos e vice-versa — de contaminarem o tutor. “O animal que está doente corre o risco de transmitir o problema mesmo que não tenha acesso à cama ou ao quarto do dono. O foco é cuidar da saúde deles, independentemente do espaço que o bicho ocupa na casa”.
O cuidado deve ser tomado também no caminho inverso. O tutor que estiver doente, com alguma enfermidade que possa contaminar os animais, deve evitar contato direto enquanto durar a indisposição.
O infectologista Alexandre Cunha é categórico e sucinto ao afirmar que não existem riscos para os humanos. “É simples, se o animal for bem cuidado e a pessoa não tiver alergias, não existe nenhum problema. No caso da pessoa que tem alergia, o indicado é que ela não tenha animais”, acrescenta.
O veterinário Josélio Moura afirma que não existe regra geral sobre o tema, mas explica que o ideal é o animal ter o próprio espaço. Isso porque, até mesmo pela questão da disciplina, o animal precisa saber que não é o chefe da família. “É necessário avaliar a saúde do humano e do animal, não havendo riscos de dano à saúde de nenhum dos dois, não há problema”,afirma.
Para os tutores que não abrem mão de dormir com os bichos, Josélio recomenda mais atenção aos cuidados de higiene. “É importante fazer a escovação dos pelos e dar banhos constantes, além de sempre checar a saúde do animal”, destaca.
Apesar de não existir uma contraindicação por parte dos profissionais de saúde, a estudante Luciana Cesário Braga, 24 anos, não permite que seus cachorros durmam na cama com ela. Atualmente, a jovem vive com o vira-lata Rodolfo, que dorme em sua própria caminha enquanto aguarda um lar definitivo. Luciana está cuidando do animal enquanto ele não encontra uma família que possa adotá-lo.
Ela sempre teve cães, desde criança, e adotou o hábito da mãe, de não permitir que o animal suba em sua cama. “Ela não deixava porque achava anti-higiênico e creio que internalizei isso. Pode ser um risco para a gente e para o animal, por causa das doenças”, afirma.
A estudante acrescenta que não tem nojo dos bichos, brinca e os abraça sem problemas, mas acredita que os passeios podem acumular muita sujeira nas patinhas e no pelo deles. “Não acho bacana ficar todos os dias lavando as patas do cachorro, pode não secar direito e causar algum problema de saúde, como fungos. O ideal é deixar cada um no seu espaço”, diz.
Privilegiados
Cerca de 55% dos animais de famílias brasileiras têm o privilégio de dormir dentro de casa. Entre eles, a divisão fica assim:
23% ficam com os tutores na cama
12% têm o próprio quarto
11% ficam na sala
9% dormem em lavanderias ou banheiros
Fonte: Comissão de Animais de Companhia (Comac) do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal
Fique ligado
Cuidados que devemos ter para dividir a cama com os animais
Nos dias em que o animal passear, é preciso fazer a higienização das patas
Escove os animais mais peludos semanalmente
Dê banhos semanais
Troque o jogo de cama frequentemente
Verifique a higiene do animal depois que ele fizer as necessidades e, somente depois, deixe que eles subam na cama
Mantenha a vermifugação e a vacinação do bichinho em dia
Leve o animal ao veterinário para check ups periódicos ou sempre que notar comportamentos estranhos
Caso alguma das pessoas com as quais o animal dorme apresente doenças que a mascote pode pegar, evite a proximidade.
Fonte: Uai

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