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Retrocesso: França declara tourada bem de interesse cultural

22 de abril de 2011
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Touro sangra até a morte. Foto: sem crédito

O Ministério da Cultura francês comunicou hoje que o Governo declarou a tourada como bem de interesse cultural, segundo o jornal El Mundo. No comunidado, emitido no momento em que no sul do país se realiza a Feira de Arles, um grande evento taurino, pode se ler: “Esta medida constitui o reconhecimento, pela instância competente, da dimensão cultural da tauromaquia tal como se pratica e como a vivem os profissionais e amadores que compõem o mundo taurino”.

A França torna-se no primeiro país taurino a dar este passo. Segundo o documento aprovado pelo Ministério, a medida tem como objetivo “salvaguardar a cultura taurina da França e afirmar o aspecto cultural desta tradição”.

As corridas de touros têm presença em quatro regiões do sul do país (Aquitânia, Médios Pirineus, Languedoc-Roussillon e Provença). Todos os anos, meia centena de cidades celebram espetáculos tauromáquicos e em cidades turísticas, como Arles ou Nimes.

“A corrida é, em grande parte, depositária da riqueza e da diversidade do patrimônio taurino francês e, mais do que isso, é formadora de uma unidade de identidade territorial do sudoeste e do sudeste, apesar das especificidades locais deste evento em cada zona”, pode ainda ler-se no comunicado. Este reconhecimento, consequência da campanha orquestada pelo Observatório das Culturas Taurinas francês, pode ser acompanhados de outras medidas, como subvenções ou campanhas de promoção.

As corridas foram introduzidas na França no século XIX e são autorizadas nas quatro regiões acima citadas, que se beneficiam de uma anulação legislativa ao artigo do código penal que pune todo o ato de crueldade contra um animal, domesticado ou em cativeiro, mas que exclui as corridas de touros quando “uma tradição local ininterrupta pode ser comprovada”.

Fonte: Jornal de Notícias

Nota da Redação: O governo francês supreende o mundo ao adotar uma medida que apóia a crueldade e a violência. A França merece o repúdio de todas as pessoas de consciência desse planeta. Essa péssima iniciativa é tão absurda que nos custa crer que um governo de primeiro mundo ainda justifique a  barbaridade como uma tradição a ser preservada. Mais um pouco e as guilhotinas voltarão a ocupar as ruas da França, que eram um instrumento “humanitário” de justiça, criado pelo médico francês Joseph-Ignace Guilloti, para aplicação da pena de morte. Atos como esse nos aproximam do século 18. Absolutamente lamentável.

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