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O resgate dos beagles: quem são os terroristas?

22 de outubro de 2013
4 min. de leitura
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Foto: Reprodução
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Os termos ECO-TERRORISMO e ECO-TERRORISTA foram criados por aqueles que são os verdadeiros terroristas da humanidade.

Torturar inocentes é um ato de terrorismo, libertar os torturados é um ato anti-terrorista. Isso foi o que aconteceu em São Roque na madrugada do dia 18 de outubro, que será marcado na história do nosso país e do mundo como uma ação heroica de um grupo de jovens profundamente comprometidos na luta contra a tortura animal.

Alegar que a empresa era legal, porque tinha registro na ANVISA, pode até ser; porém, ante a lei humana e divina, o que eles faziam com cães e coelhos era sordidamente ilegal, anti-ético e criminal. Os organismos ambientais brasileiros, estaduais e federais, e até o Ministério da Agricultura, que também tem sua responsabilidade, nunca deveriam ter permitido que um massacre daquele fosse cometido contra seres inocentes.

Aquele Instituto Royal está a serviço das grandes corporações multinacionais que terceirizam o trabalho sujo que significa a “Tortura animal”. O fundador do Projeto GAP, de defesa dos grandes primatas, o filósofo Peter Singer, que recentemente nos visitou, poderá ver como sua ideia da Libertação Animal está começando a penetrar em nossas sociedades.

Os centros de tortura de animais, sejam com chimpanzés, cachorros, coelhos, ursos e qualquer outra espécie, têm seus dias contados.

O resgate dos Beagles em São Roque indica o caminho. Ninguém mais que tortura animais, em qualquer canto do mundo, poderá sentir que fará isso impunemente. A repercussão da libertação dos Beagles em São Roque já está circulando o mundo e assinalando o caminho.

Foto: Reprodução
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Porém, não somente isso é tortura e terrorismo. Terrorismo e terroristas também são os que mantêm milhões de animais trancafiados em zoológicos, para divertir o público. Terrorismo e Terroristas também são os políticos que apoiam estas atividades, como recentemente o Prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, que autorizou o uso de milhões de reais do dinheiro arrecadado dos habitantes de sua cidade para importar gorilas da Inglaterra e Espanha, a preço de ouro, e agora pretende trazer orangotangos e outros animais para o Zoológico da cidade.

Terrorismo e terroristas são os que destroem as famílias de grandes primatas e outras espécies, para vendê-las ou permutá-las com zoológicos de outras fronteiras. Terrorismo e terroristas são os diretores e administradores de zoológicos que falsificam laudos de necrópsia e de nascimento, para poder dar destino a animais sob seus cuidados, trocando-os por favores ou dinheiro.

Terrorismo e terroristas são os que exploram grandes primatas, ursos, tigres, leões e outras espécies, em espetáculos circenses e os mantém engaiolados a vida toda, a fim de explorá-los comercialmente.

O absurdo de todo este resgate dos cachorros Beagles era que essa empresa, financiada oficialmente pela FINEP, órgão do governo federal, tinha uma tecnologia obsoleta para testar componentes de produtos cosméticos. Hoje em dia, em países do primeiro mundo, está eliminado o uso de animais para testar estes tipos de compostos. Mais absurdo ainda é que a própria ANVISA aceita metodologia para testar componentes de cosméticos, quando existem outras mais modernas, já em poder das grandes multinacionais.

É importante acrescentar, para que o jornalismo investigativo tente desvendar as origens de toda esta operação de tortura animal, que o Instituto Royal é uma entidade “sem fins lucrativos”. Foi criado em 2009, com financiamento – talvez – a fundo perdido pela FINEP e tem uma filial que funciona no Campus da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Essa “caixa de Pandora” pode revelar informações ainda mais interessantes.

O resgate dos Beagles tem um enorme significado, porque, como com as últimas manifestações de junho, se multiplicou via redes sociais que imediatamente veicularam informações detalhadas da operação, quando a imprensa tradicional nem sabia do que se tratava.

A capacidade de resposta que este movimento espontâneo da sociedade está criando desperta a esperança que nem o poder econômico nem o poder político corrupto poderão impedir no futuro que os direitos dos animais sejam finalmente reconhecidos por nosso sistema judiciário.

Em poucas horas, nas redes sociais, mais de 200.000 pessoas se ofereciam para aceitar os cães resgatados e mais de 85% da população se pronunciavam contra os testes em animais. Isto é uma conquista que ninguém pode mais impedir e que consolidará a causa da Libertação Animal.

Os paradigmas da nossa sociedade estão mudando. Não está longe o dia em que todas as gaiolas serão abertas – em laboratórios, zoológicos, circos e cativeiros de qualquer tipo -, não se torturarão mais nenhum inocente sob pretexto algum e aqueles que durante todos estes anos foram os verdadeiros terroristas da humanidade desaparecerão da face da Terra.

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