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TORTURA

Macacos são retirados da natureza e submetidos a dolorosos experimentos

4 de dezembro de 2021
Vanessa Santos | Redação ANDA
5 min. de leitura
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Foto: Scott Olson | Getty Images

Uma entidade que investiga experimentos em animais financiado por incentivos fiscais, divulgou um documento expondo o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) dos Estados Unidos, por realizar “experimentos excruciantes” em macacos da espécie rhesus. Os animais sob a tutela da NIAID, foram sequestrados da Ilha de Morgan, na costa Beaufort, Carolina do Sul.

Justin Goodman, o vice-presidente de defesa do White Coat Waste Project (WCWP), um grupo de fiscalização do contribuinte, certificou ao jornal americano Epoch Times que foram encontrados documentos que detalham gastos da ordem de US$13,5 milhões em experimentos científicos envolvendo animais. Nos testes, são inseridos nos macacos doenças infecciosas, como a febre de Lassa, que é uma doença hemorrágica viral, infecciosa e contagiosa, que atinge diversos órgãos e lesiona os vasos sanguíneos, provocando dores inimagináveis.

O NIAID é uma divisão do Instituto Nacional de Saúde (NIH), que faz parte do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (DHHS).

“Em muitos experimentos, o Dr. Anthony Fauci (diretor do Instituto) e a sua equipe não sedam os animais, que ficam agonizando de dor durante os ensaios. Esses são classificados como experimentos mais dolorosos feitos pelo governo americano”, conta Goodman.

A entidade fiscalizadora relatou estudos da NIAID feitos em cachorros da raça beagle. As experiências usavam flebotomíneos, insetos devoradores de sangue, nos cães, para serem comidos vivos. Em outro caso, 44 filhotes de beagles foram forçados a ingerir drogas experimentais, depois foram mortos e dissecados.

Um extrato dos gastos federais mostra que o DHHS, doou à Charles River Laboratories, uma quantia de US$ 13,5 milhões, sendo US$8,9 milhões financiados pela NIAID. Os valores podem chegar a até US$27,5 milhões pagos, a partir de 2018, para o laboratório criar e manter os macacos rhesus.

A ilha de Morgan, pertence ao Departamento de Recursos Naturais da Carolina do Sul e atualmente está alugada à Charles River Laboratories.

Ensaios de horror

O programa apareceu no radar do WCWP, quando o grupo estava investigando “experimentos de medo” realizado em macacos dentro do laboratório do NIH em Bethesda, Maryland. A partir disso, foi feita uma minuciosa investigação, que levou as equipes até a ilha em que os animais estavam.

“Começamos a cruzar informações sobre a ilha com os experimentos nos laboratórios e descobrimos que os laboratórios do Dr. Anthony Fauci são os maiores apoiadores daquela ilha”, relata Goodman.

Todos os anos, 750 macacos nasciam no local e em 2020 já eram contabilizados 3.521 animais na ilha. Cerca de 600 indivíduos foram enviados para os laboratórios do NIH e do NIAID.

“É muito improvável que o Dr. Fauci não soubesse disso, mediante a quantidade de dinheiro envolvida e o fato de que esses experimentos estão acontecendo em seus próprios laboratórios”, explana o vice-presidente de defesa. “Eles não estão sendo executados em outro lugar. Eles estão acontecendo em sua própria casa. Se ele vai receber crédito por qualquer bem que fizer, ele também precisa ser culpado por qualquer mal que esteja acontecendo sob sua supervisão. A responsabilidade acaba com ele, e ele é certamente o responsável”, pontua.

Os animais estavam aprisionados no Centro de Pesquisa de Primatas do Caribe, quando foram levados para a ilha, no ano de 1979.

Controvérsias

O NIH já havia informado através de nota, anteriormente, que de dez drogas que passam nos testes com animais, nove falham com humanos. Mesmo assim a pesquisa sobre vacinas é a razão para a maior parte dos testes. “A pesquisa mostra que, apesar de suas semelhanças conosco, eles são indicadores incrivelmente ruins de como vacinas e outras drogas irão agir em humanos”, informa Goodman.

O WCWP mostrou seis experiências diferentes com beagles financiadas pelo Dr. Fauci. Em uma das provas, a equipe do NIAID realizou uma ‘cordectomia’, que é o procedimento de retirada das cordas vocais do animal, para que ele não possa chorar, uivar ou latir durante as intervenções.

Para Justin “o Departamento de Saúde e Serviços Humanos alega em seu site que usa testes em beagles, porque eles são pequenos e dóceis, o que significa, literalmente, que são fáceis de abusar.”

O Instituto Nacional de Saúde americano gasta por ano uma média de US$20 bilhões, em experimentos envolvendo animais como os dos macacos rhesus e os beagles. A própria instituição admite que os testes são um fracasso e raramente trazem evidências úteis para a saúde humana, mas ainda assim, realizam os ensaios, pois muitos contribuintes lucram com o investimento nesse tipo de operação.

A especialista em primatas, Dra. Stacy Lopresti-Goodman, que é professora de psicologia e conselheira do WCWP, assinala: “A experimentação com primatas é uma forma cruel e notoriamente não confiável para o desenvolvimento de drogas e tratamentos para humanos, que não merece o apoio dos contribuintes”.

Já para a Dra. Tiffani Milless, que também é conselheira médica do WCWP, infectar primatas não humanos com doenças dolorosas e debilitantes com o objetivo de curar humanos é cruel e desnecessário. Para ela o NIH, “tem que remanejar melhor o dinheiro dos impostos e investir em projetos úteis que não envolvam animais”

Através de nota, o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, afirmou para o jornal Epoch Times, que os macacos são usados ​​pelo NIAID, para: “realizar pesquisas que ajudam a salvar vidas, desenvolvendo tratamentos e prevenções para doenças que afetam a saúde pública americana”.

Nota da Redação: os testes em animais, além de comprovadamente ineficazes, levam milhares de indivíduos a serem privados de seu habitat e dos seus comportamentos naturais. Os animais sujeitos a esses experimentos, vivem diante de condições precárias, dentro de gaiolas sujas e minúsculas, e em ambientes mal ventilados. Além de lhes serem infligidas dores desnecessárias, que não somam em nada para o avanço da ciência e da medicina.

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