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NÍVEL POLUENTE

Poluição em escolas em Diadema, na Grande SP, é quase três vezes maior do que o recomendado, aponta pesquisa

Para medir o nível de poluição, as escolas receberam um equipamento para monitorar os poluentes

12 de julho de 2022
Bruna Vieira
3 min. de leitura
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Poluição em escolas de Diadema, na Grande SP, é quase três vezes maior do que o recomendado, aponta pesquisa. Foto: Reprodução | Vídeo | Divulgação

Um estudo realizado em cinco escolas públicas de Diadema, na Grande São Paulo, mostra que os níveis de poluentes no ar da cidade estão muito acima do normal. O nível de poluição está em 40 microgramas diários de poluentes e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o recomendável seria ter até 15 microgramas.

Os dados foram coletados entre janeiro e março deste ano.

Para medir o nível de poluição, as escolas receberam um equipamento para monitorar os poluentes. A pesquisa é uma iniciativa de uma entidade sem fins lucrativos do Chile e a PUC de Valparaíso, coordenada pela Universidade de São Paulo (USP) e pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade.

Ainda segundo o estudo, os corredores de ônibus e o fato de Diadema estar em uma área industrial foram os fatores responsáveis pelas maiores emissões de poluentes.

“Foi uma surpresa porque a nossa escola é bastante arborizada e, quando vimos os resultados, foi surpreendente. Imaginávamos que fosse melhor. As nossas crianças sempre ficam doentinhas, temos uma Unidade Básica de Saúde [UBS] bem ao lado, as mães sempre levam as crianças lá e sempre voltam com atestados longos. É normal também as crianças ficarem com o nariz escorrendo, bastante tosse, espirando muito”, afirma Carolina de Paula Lusa, diretora da escola municipal de educação básica Carolina Maria de Jesus.

“Estamos com um projeto para arborizar mais a escola, depois desse índice que a gente recebeu queremos fazer alguma coisa, junto com as crianças, para que tenhamos algo mais efetivo de melhoria da qualidade do ar da escola”, completou.

Segundo a diretora do Instituto Saúde e Sustentabilidade, Evangelina Araújo Vormittag, os níveis de poluição em até 30 dias, dos 90 medidos, ultrapassou os níveis recomendados pela OMS.

“A gente tem média diária de 40 microgramas. O normal para a OMS seriam 15 microgramas para esse poluente material particulado, então ele chega a se elevar até mais que o dobro na média diária. Quando ultrapassa essa concentração, se entende claramente que pode haver o adoecimento das crianças”, afirma.

Ainda segundo a especialista, as crianças estão mais suscetíveis a sofrer com o ar tóxico.

“Elas estão numa altura mais próxima do chão, onde se contra mais a poluição, na altura dos escapamentos de carros, por exemplo, elas estão mais tempo na parte externa… A criança respira mais por quilo de peso do que o adulto, e os efeitos não são apenas respiratórios. Esse poluente passa do pulmão para a circulação sanguínea, atua em vários sistemas do organismo”, afirma.

Nas crianças, os altos níveis de poluição podem aumentar os riscos de desenvolvimento de doenças neurológicas, câncer, alergias respiratórias, otite, anemia, pneumonia, asma, bronquiolite, artrite, lúpus, obesidade e doenças de pele.

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a OMS, a poluição do ar está associada com mais de 50 mil mortes de crianças no Brasil.

Em nota, a Prefeitura de Diadema informou que está com propostas para a criação de “paredes verdes” e formações em educação ambiental que serão apresentadas para os responsáveis pela pesquisa. Disse ainda que vai avaliar os estudos para o uso de ônibus elétricos em todas as linhas municipais.

Fonte: G1

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