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MEIO AMBIENTE

Poluição e efeitos climáticos matam quase 85% dos animais marinhos em Florianópolis

Doze dos mamíferos marinhos encontrados eram toninhas, espécie de golfinho mais ameaçada de extinção no Atlântico Sul

7 de julho de 2022
2 min. de leitura
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Foto: Nilson Coelho | Ingridy Moara | R3 Animal

Cerca de 83% dos animais marinhos encontrados nas praias de Florianópolis já estão mortos. Entre os motivos dos óbitos de pinguins, golfinhos, tartaturas e gaivotas, estão mudanças climáticas e poluição humana, segundo o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).

O levantamento é da Associação R3 Animal, que atua por meio do projeto. Dos 513 animais marinhos encontrados na ilha, 430 estavam mortos, apenas 83 estavam vivos no momento do resgate, cerca de 16% do total de animais.

Segundo Cristiane Kolesnikovas, coordenadora do PMP-BS/Florianópolis e presidente da R3 Animal, são duas as principais causas da morte dos animais marinhos. Uma delas são as causas naturais, doenças e efeitos climáticos. Um exemplo, segundo ela, são tornados, que levam mamíferos a encalhar na costa.

A segunda razão é a poluição humana, chamada de causas antrópicas.

“Nesse caso entram a poluição dos mares, resíduos sólidos, lixo que a gente encontra nos corpos desses animais e esgoto. A gente encontra, por exemplo, gaivotas intoxicadas, que tiveram contato com lixo contaminado”, detalha Kolesnikovas.

A coordenadora explica que nas causas humanas, também está a pesca, responsável principalmente pela morte de toninhas, golfinhos da espécie Pontoporia blainvillei, a mais ameaçada de extinção no Atlântico Sul.

Dos 19 mamíferos marinhos encontrados no último ano em Florianópolis, 17 eram golfinhos. Desses, 12 eram toninhas. Os outros dois eram leões-marinhos-do-Sul (Otaria flavescens). Um deles foi encontrado morto, e o outro foi resgatado com vida, mas não resistiu e veio à óbito.

Segundo Kolesnikovas, mesmo entre os que são encontrados vivos mas precisam de reabilitação, a taxa de recuperação é baixa. É o caso de pinguins que encalham na praia durante a migração. Muitos são jovens e chegam vivos, porém enfraquecidos por não terem experiência para se alimentar durante o período migratório. A nutrição desses animais em laboratório não garante que eles sobrevivam.

A presidente explica que, na maioria das vezes, os animais são encontrados em praias de mar aberto, levadas por correntes que encalham os animais na costa. Ainda assim, existem exceções, como os treze animais marinhos encontrados mortos na praia de Jurerê internacional nesta terça-feira (6). De acordo com Kolesnikovas, como acontece em muitos casos, os animais encontrados foram trazidos na noite entre sábado (2) e domingo (3), já mortos.

Fonte: NSC Total

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