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RIO GRANDE DO SUL

Polícia investiga caso de yorkshire considerado morto após ida a pet shop; família teria recebido pacote com pedras e jornais em vez de corpo

1 de dezembro de 2023
4 min. de leitura
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Foto: Arquivo pessoal

Um reencontro inusitado entre uma família e cão doméstico ocorreu em Bagé, na Região da Campanha, a cerca de 375 quilômetros de Porto Alegre, nesta semana. Os tutores relataram que, após retornarem de uma viagem, foram informados de que Flash, um yorkshire de 13 anos, havia morrido. Após o enterro, a família descobriu que o corpo não estava na sepultura e o cão foi visto vagando pelas ruas do município antes de retornar ao lar.

No lugar do corpo, os tutores afirmam ter recebido um pacote com pedras e jornais. A Polícia Civil investiga o caso.

A pet shop afirmou que “não gostaria de se manifestar” a respeito. “O caso está sendo investigado pela autoridade policial, já que os fatos não se passaram como relatado”, sustenta a proprietária do estabelecimento.

O caso

Augusto Xavier, tutor de Flash, relata que a família precisou viajar para Porto Alegre em 17 de novembro para um aniversário de um parente. A mãe de Augusto, que compartilha os cuidados do cão, também precisou deixar o município. Assim, optou por deixar o cãozinho com a pet shop.

“Ele já frequentava a pet shop para banho e tosa, sempre havia sido bem cuidado lá”, relata Augusto.

Quando retornou a Bagé, em 24 de novembro, Augusto relata que a família procurou a pet shop durante a tarde para levar Flash de volta para casa. Inicialmente, a dona da pet shop teria respondido que o cão “ainda não estava pronto”, já que estava finalizando banho.

“Aí passaram uma hora, duas horas e nada. Achamos estranho e ligamos para a pet (shop). Foi quando a dona disse que levaria o Flash para a casa da (minha) mãe”, relembra o tutor, que mora em outra residência.

No início da noite, uma notícia inesperada: a dona da pet shop teria informado a família de que Flash havia falecido. A explicação seria o temporal que atingiu Bagé nos dias anteriores, incluindo grandes volumes acumulados de chuva e queda de granizo. Segundo a empresária, o animal teria tido um infarto e não resistiu.

Além do baque da perda de Flash, que fazia parte da família desde que era filhote, algumas confusões chamaram a atenção, de acordo com Augusto.

“Ela não trouxe o corpo e se prontificou a cuidar do enterro. Minha mãe pediu a coleira e a placa de identificação do Flash para ficarem de recordação, mas a mulher não trouxe”, recordou o tutor.

O “enterro” de Flash

O enterro do Yorkshire ocorreu no sábado (25). Uma tradição da família, o animal foi enterrado em uma estância de propriedade dos tutores, a cerca de 25 quilômetros do Centro de Bagé.

“Estranhamos, porque nos entregaram um pacote meio redondo e o animal é meio… ‘quadrado’, né? Além disso, perguntamos sobre as coisas do Flash e disseram que tinham acabado ficando dentro (do pacote)”, descreve Augusto.

Muito tristes pela perda do animal, a família acabou seguindo com o sepultamento de Flash.

Já na segunda-feira (27), sentido pela falta dos itens do cão, Augusto relata ter pedido para um funcionário da estância a retirada do corpo da sepultura para resgatar a coleira e a placa de identificação de Flash. Momentos depois, a grande surpresa.

“Ele (o funcionário) nos ligou e disse: ‘vocês não vão acreditar no que tem aqui’. Tinha pedras, jornais velhos, ataduras… Tinha de tudo, menos o corpo”, conta o tutor.

Surpresa, a família imediatamente passou a postar textos em redes sociais perguntando por informações a respeito do possível paradeiro de Flash. Horas depois, ainda na segunda, uma moradora ligou para a mãe de Augusto contando ter visto o animal perambulando pelas ruas do município – graças, justamente, ao telefone na placa de identificação do cãozinho.

“A mãe me procurou dizendo que tinha uma surpresa para mim. Eu abri a porta da casa da mãe e ele veio correndo pra cima de mim, me lambendo”, relembra Augusto, muito emocionado.

O que diz a Polícia Civil

Na quarta (29), a família de Augusto procurou a Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) de Bagé para relatar o que havia acontecido. Na quinta (30), segundo a Polícia Civil, a mãe de Augusto procurou novamente a DPPA para acrescentar novos elementos à ocorrência.

“A vítima compareceu na DPPA hoje (quinta) para aditar a ocorrência, acrescentando alguns detalhes. Então iremos ouvir a vítima na 2ª DP e a pessoa que encontrou o cãozinho, para esclarecer alguns pontos. A suspeita foi intimada para comparecer na delegacia para dar sua versão dos fatos”, explica o delegado Caio Imamura, titular da 2ª Delegacia de Polícia de Bagé e responsável pela investigação.

De acordo com o delegado, a dona do pet shop tem até 48h para comparecer à delegacia a partir desta primeira intimação. Ela não teve a identidade divulgada.

Segundo Augusto, a família contratou dois advogados para cuidar do caso. Os tutores também buscaram o Ministério Público para providências.

“Nós queremos justiça, para que isso nunca mais aconteça”, diz Augusto.

Fonte: G1

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