Segundo informações do portal G1, apenas no último mês, dois dos quinze casos de baleias-jubarte encalhadas foram registrados em Pontal do Paraná, no dia 10, e Guaraqueçara, no dia 20. De acordo com o Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o litoral paranaense bateu recorde de casos, tendo registrado de janeiro a outubro 15 animais mortos.
No Brasil, 201 baleias-jubarte já morreram encalhadas só esse ano, conforme o Instituto Baleia-Jubarte. Segundo a matéria, os pesquisadores apontam que, geralmente, os animais são jovens e estão abaixo do peso.
“Esse número é assustador. Essa espécie vem se recuperando em relação ao tamanho populacional. No entanto, essa quantidade de animais mortos é significativa em termos de sustentabilidade da população”, explica Camila Domit, coordenadora do laboratório, para o G1.
Pesquisadores do laboratório colheram amostras dos animais para investigar por que as mortes têm ocorrido. Conforme a publicação, as mudanças climáticas podem ter relação com os casos, já que o aquecimento global impactou na oferta da espécie de camarão, principal alimento das baleais-jubarte na Antártida.
Com isso, eles não conseguem se alimentar corretamente para a viagem até os locais onde se reproduzem, como a costa brasileira. Com fome, as baleias acabam procurando por alimentos em áreas mais rasas e encalham.
“Possivelmente a busca por alimentos, como a sardinha, podem ter influenciado o número maior de interação das baleias com atividades pesqueiras e, infelizmente, essa tem sido uma das principais causas de mortalidade das jubartes”, afirma Camila.
As analises recolhidas mostraram que a saúde das baleias não estava boa. Em alguns animais foram encontrados parasitas e doenças relacionadas a eles. Além das jubartes, outras três espécies de baleias diferentes também encalharam no litoral do Paraná esse ano. Os estudos dos pesquisadores sobre o tema continuarão.
“Não acho que vamos resolver isso na temporada que vem e talvez não consigamos resolver nos próximos cinco anos. Mas temos dez anos para melhorar essa condição de degradação do oceano”, conta a pesquisadora para o G1.