Pesquisadores ligados ao Instituto do Mar, do Campus da Baixada Santista da Universidade Federal de São Paulo (IMar/Unifesp) publicaram nesta sexta -feira (22) um estudo que indica o alto prejuízo que as bitucas de cigarro jogadas nas praias podem causar à vida marinha.

“Nessa pesquisa foi testada, em experimentos de laboratório, a toxicidade da água do mar, que havia ficado em contato combitucas de cigarro artificialmente fumadas”, explicou a universidade sobre o método utilizado.

O estudo foi publicado na revista Environmental Toxicology and Chemistry (Toxicologia e Química Ambiental) e revela que os poluentes liberados pelas bitucas quando entram em contato com a água são altamente tóxicos para organismos que vivem nos mares, como mexilhões, ouriços-do-mar, bolachas-do-mar e crustáceos. Os pesquisadores afirmam que apenas uma bituca é suficiente para poluir até 70 litros de água marinha.

Os experimentos foram realizados como Trabalho de Conclusão de Curso das alunas Wanessa Mandelli e Beatriz Militelo Pestana, do curso de bacharelado interdisciplinar de Ciência em Tecnologia do Mar (BICT-Mar), com orientação dos professores e pesquisadores Lucas Buruaem Moreira e Rodrigo Brasil Choueri, do IMar/Unifesp.

A pesquisa contou ainda com a ajuda dos docentes Ítalo Braga de Castro, do Instituto do Mar, que também desenvolve estudos sobre o tema, e Denis Abessa, do Campus Litoral Paulista da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

“Com esse estudo, mostramos que as bitucas de cigarro, descartadas imprudentemente por muitas pessoas, têm repercussões ambientais que vão além da desagradável sujeira no chão ou na areia da praia. Elas são altamente tóxicas e, portanto, nocivas aos organismos marinhos”, conclui Choueri.