O melhor dia da vida de Pintada, uma fêmea de peixe-boi, finalmente chegou. Liberta, ela foi devolvida à natureza após ser reabilitada em cativeiro por seis anos. Solta em Icapuí, no litoral do Ceará, o animal é mais um a ter sua vida salva pela entidade sem fins lucrativos Aquasis.
Resgatada após encalhar em janeiro de 2015, Pintada foi devolvida ao habitat pesando 380 kg e medindo 276 cm. Nos últimos anos em que esteve em cativeiro, o peixe-boi foi submetido a um longo processo de reabilitação e treinamento para que tivesse sua sobrevivência garantida após a soltura.
Num primeiro momento, Pintada será monitorada através de um rádio transmissor e receberá acompanhamento realizado por especialistas da entidade.
Em 2015, após ser resgatado, o animal foi encaminhado para o Centro de Reabilitação de Mamíferos Marinhos (CRMM) da Aquasis e, tempos depois, foi levado para o cativeiro de aclimatação, onde iniciou o processo de treinamento para a soltura.
A devolução do animal ao habitat, porém, não coloca fim ao trabalho da entidade. Isso porque, além de monitorar o peixe-boi, a equipe irá promover uma campanha de educação socioambiental para conscientizar moradores e visitantes da região onde a soltura foi realizada.
De acordo com a entidade, é comum que animais em fase de readaptação tentem se socializar com seres humanos e, nessa busca, aproximem-se de praias. Isso acontece por conta do longo período em que estiveram próximos de cuidadores durante a reabilitação em cativeiro. Portanto, para evitar problemas e interferências no processo de reintrodução do animal, é necessário que a comunidade local seja conscientizada.
Três vidas salvas em 2021
Pintada não foi a única a ser salva pela entidade Aquasis. Vários outros animais tiveram o privilégio de serem acolhidos pela equipe da instituição. Neste ano, três peixes-bois foram devolvidos à natureza após serem reabilitados, sendo Pintada a terceira.
Os primeiros animais a serem soltos em 2021 foram Alva e Maceió. A soltura de ambos ocorreu em maio. A instituição prevê que outros dois sejam reintroduzidos ao habitat ainda este ano.
Com a soltura, a entidade abre vaga para mais resgates. Isso porque a sede possui capacidade de abrigar até cinco mamíferos e, liberando os que já estão aptos à retornar ao habitat, é possível salvar outros.