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AGROTÓXICO

Pecuarista comete maior crime ambiental do Pantanal para plantar capim

Poderoso agrotóxico usado na guerra do Vietnã, o agente laranja, foi um dos venenos utilizados para desmatar uma área do tamanho de Campinas, SP

16 de abril de 2024
Antonio Mello
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Ele tem 11 fazendas no município de Barão de Melgaço, em Mato Grosso. Tem também 15 autuações por danos ao meio ambiente no Pantanal. É réu em dois processos: tentou alterar o curso natural de um rio e foi flagrado desmatando vegetação nativa em área de especial preservação.

O nome dele é Claudecy Oliveira Lemes, de 52 anos. Agora é acusado de mais um crime ambiental: desmatou uma área equivalente à cidade de Campinas, utilizando para isso 25 tipos diferentes de agrotóxicos, inclusive o poderoso veneno conhecido como agente laranja, que os Estados Unidos despejaram sobre as florestas do Vietnã para desmatá-las e não servirem de esconderijo para os vietnamitas.

Segundo reportagem de Paulo Renato Soares, no Fantástico, foram desmatados 80 mil hectares de uma área de mata protegida do Pantanal Mato-grossense para que Claudecy plantasse capim.

No período em que estava cometendo o crime continuado, Claudecy deveria estar recuperando áreas que havia destruído anteriormente, segundo acordo judicial que havia assinado.

Ainda é impossível ter uma estimativa de quantos anos de cadeia ele pode pegar se for condenado, mas as multas já estão calculadas: somadas, chegam a quase R$ 2 bilhões e 900 milhões.

Claudecy ainda terá que arcar com a reparação dos danos ambientais que causou ao Pantanal: são mais R$ 2 bilhões e 300 milhões para recuperar a vegetação.

Este é o maior crime ambiental de que se tem notícia no Pantanal. Os agrotóxicos foram despejados na área durante três anos.

“Alguns crimes são muito nítidos e a gente já pode adiantar: uso e aplicação indevida de agrotóxico; desmatamento de área de proteção ambiental e áreas de preservação permanente; e o crime de poluição em razão da destruição significativa da flora. E isso por várias vezes”, disse Ana Luiza Peterlini, promotora de Justiça.

As propriedades de Claudecy vão ser administradas por uma empresa escolhida pela justiça até que terminem as investigações.

Fonte: Revista Fórum

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