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JUSTIÇA

ONG entra com ação contra visitação noturna no Zoológico de São Paulo (SP)

Ministério Público deve acompanhar visitações nesta semana; Zoológico afirma desconhecer qualquer ação

28 de julho de 2022
2 min. de leitura
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Onça do Zoológico de São Paulo, que pode ser observada durante o passeio Noite Animal. – Carlos Nader/Divulgação

A ONG Os Animais Importam protocolou uma ação civil pública contra a visitação noturna disponibilizada pelo Zoológico de São Paulo desde o início deste mês.

A requerente alega que permitir a circulação do público durante a noite impede os animais de descansarem. “A visitação durante o dia já causa, por si só, estresse aos animais lá mantidos, mais ainda em período noturno, momento que deveria ser destinado ao repouso e sossego destes animais”, afirma a ONG.

Em manifestação, o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) requisitou que seu órgão técnico, o CAEX (Centro de Apoio à Execução), acompanhe as visitas noturnas aos animais durante esta semana.

Chamada Noite Animal, a visitação acontece às quintas, sextas e sábados, de 18h30 às 22h durante todo o mês de julho. Segundo o Zoológico, o objetivo do projeto é permitir que os visitantes acompanhem animais de hábitos noturnos.

O MP-SP ainda exigiu que o parque fosse imediatamente intimado a fim de comprovar que “ao realizar a visitação noturna dos animais, o fez embasado em estudos adequados e suficientes de modo a garantir que tais atividades não causariam quaisquer danos à fauna”.

À reportagem, o Zoológico de São Paulo afirma que atua com base em evidências e diretrizes internacionais de conservação. “Dessa forma, podemos afirmar que todo cuidado animal do Zoológico de São Paulo é baseado em metodologia científica, realizado e monitorada por uma grande e multidisciplinar equipe com especialização no manejo e cuidado de animais selvagens, além de educadores focados em ações de educação visando a conservação da biodiversidade”.

Sobre a ação que resultou na manifestação do MP-SP, o Zoológico diz não conhecer a “suposta situação”.

Leandro Ferro, presidente da ONG, criticou a existência de zoológicos. “Esses pobres animais são usados como ativos turísticos e de diversão. A ciência já provou que os animais possuem senciência e podem sentir emoções, sofrer e criar laços de forma até mais complexa que os seres humanos. Nos zoos, eles estão mais para uma coleção de arte em um museu vivo”, afirmou ele.

Não é a primeira vez que a entidade entra com uma ação contra o Zoológico de São Paulo. Em 2021, o tema do requerimento foi a transferência do orangotango Sansão para um santuário. O animal está isolado em seu recinto, de aproximadamente 30 metros quadrados, há mais de três anos.

 

Fonte: Folha de São Paulo

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