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DENÚNCIA

Diretor de jardim zoológico mexicano mandou matar cabras-pigmeu para festa de Ano Novo

3 de fevereiro de 2023
3 min. de leitura
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O acusado terá vendido touros watusis e zebras enquanto estava no cargo. | Foto: Alliance via Getty Image

Quatro cabras-pigmeu foram mortas e cozinhadas para a festa de fim de Ano nas instalações do Jardim Zoológico de Chilpancingo, no México, por alegada ordem do anterior diretor do parque. A notícia que chegou agora aos jornais mexicanos resulta de uma investigação do governo mexicano a uma série de irregularidades que ocorriam no parque, em que animais eram trocados, vendidos, morriam ou desapareciam no que parece ser uma teia de corrupção.

A secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais divulgou na última quarta-feira (01/02) o resultado desse trabalho conjunto com a Procuradora Federal de Proteção do Ambiente: para além das quatro cabras que terão sido sacrificadas para a festa, quatro touros watusis terão sido usados como moeda de troca por equipamento, ferramentas e outro material necessário para o funcionamento do Zoo, disse o titular da secretaria de Estado, citado pelo jornal mexicano Reforma. Mas nada desse material se encontra no Jardim Zoológico, pelo que a investigação concluiu que foram sim vendidos por 65 mil pesos (cerca de 3.100 euros) mas o dinheiro não entrou nos cofres do Zoo, conta o jornal El Universal.

Também uma zebra teria sido trocada sem autorização por quatro veados vermelhos desconhecendo as autoridades em que condições se encontra o animal. Mas os relatos não acabam por aqui. As entidades governamentais dão ainda conta de um veado (a quem o diretor mandaria cortar os chifres sem anestesia) que morreu por negligência, da venda de carneiros de Berberia sem autorização, e do desaparecimento de uma arara vermelha (em risco de extinção), um jaguarundi e dez serpentes.

José Noriega, afastado em janeiro da direção do parque, depois de várias denúncias de maus tratos e irregularidades, negou na quarta-feira algumas das acusações de que é alvo. Segundo o Excelsior, o ex-diretor nega que tenha mandado matar as quatro cabras-pigmeu — que, além do mais poderiam ter causado doenças a quem as comeu, pois estavam sob medicação, diz a imprensa mexicana citando o governo. Noriega diz que se trata de “uma guerra suja por parte do secretário de Estado do Ambiente” e que a carne da festa de fim de ano era de umas cabras da sua própria quinta. Argumenta ainda que quando assumiu a gestão do Zoo tinha 5 exemplares de cabras-pigmeu e que agora existem sete. Quanto aos watusis assumiu que os trocou por equipamento mas que notificou as autoridades.

O caso foi notícia em vários órgãos de comunicação internacional, com o jornal britânico The Guardian a sublinhar os problemas de negócios ilegais que envolvem animais exóticos no México. Durante anos, traficantes de droga enclausuravam e colecionavam animais exóticos, como leões ou tigres, que por vezes fogem e generalizam o pânico.

Nota da Redação: Zoológicos são prisões que causam enorme sofrimentos aos animais. Este é só mais um caso que comprova isto. Não compactue com esta crueldade. Zoo, aquário e outros locais de exploração animal devem ser banidos totalmente no mundo todo, e estes animais devem ser encaminhados para santuários.

Fonte: Observador / mantida a grafia lusitana original

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