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Nova campanha da Peta faz apologia ao sexo violento

17 de fevereiro de 2012
3 min. de leitura
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Por Robson Fernando de Souza*

É difícil negar que a PETA tem uma história e já prestou muitos bons serviços à causa dos Direitos Animais, embora se porte de forma bem-estarista de vez em quando. Mas algo que vem chamando negativamente a atenção do mundo à entidade, cada vez mais, é o expediente machista que ela vem usando em iniciativas de “conscientização” – se é que fazer apologia a uma falsa superioridade sexual de veg(etari)anos pode sequer passar perto de ser chamado de uma “conscientização”. É comum que usem o corpo das mulheres como objeto para tentar atrair os onívoros para a causa, por apelos cada vez mais distantes dos Direitos Animais e próximos do sensacionalismo semissupremacista da sexualidade veg(etari)ana.

A verdade é que, depois de tudo isso, a PETA se supera em termos de machismo e iniciativas de muito mau gosto. A novidade é o comercial de 32 segundos em que uma mulher aparece machucada por causa de um sexo “forte” que teve com seu namorado/noivo/marido:

Tradução livre das falas:

Narrador: Esta é Jessica. Ela sofre de “BWVAKTBOOM” – Boyfriend Went Vegan and Knocked the Bottom out of Me (em tradução livre, “Meu namorado se tornou vegano e foi fundo em mim”). Uma condição dolorosa (sic) que ocorre quando namorados se tornam veganos e repentinamente fazem-no (sexo) como se fossem astros pornôs. Para Jessica, é tarde demais.
Namorado: Ah, você voltou… Está se sentindo melhor?
[Jessica joga o pacote de alface com cara de nítida insatisfação e/ou tristeza]
Narrador: Por favor, entre em bwvaktboom.com e aprenda a se tornar vegano com segurança.

A campanha em questão é para mostrar que namoradas de homens veganos “sofrem” de um “mal” chamado “BWVAKTBOOM” (Boyfriend Went Vegan and Knocked the Bottom out of Me) – que pode ser traduzido, como dito acima, como “Meu namorado se tornou vegano e foi fundo em mim”. O que, no final das contas, soa como uma satirização nada inteligente ou crítica do estupro, da violência sexual, do forçar o sexo além dos limites da mulher.

A primeira imagem que nos vem à mente ao ver o vídeo é violência doméstica, e o “sexo forte” nos lembra pouco além do estupro, considerando-se até que uma enorme parte dos estupros, se não a maioria, acontecem dentro de casa e iniciados pelos parceiros das vítimas.

Obviamente a mulher é mostrada não apenas como uma pessoa submissa e passiva, mas também como alvo de violência, e numa “campanha” que está longe de denunciar a violência contra as mulheres – pelo contrário, aproveita-se dessa violência para fazer propaganda veg.

A PETA suja de forma inesquecível sua história e reputação ao gravar tal vídeo, e inclusive queima o filme do próprio universo de veg(etari)anos, que passam a ter ligados a si novos estereótipos ligados à violência contra seres humanos. É possível, por exemplo, que algum alfacista passe a vir chamar homens veganos de estupradores, ou dizer, no alto de sua já muito conhecida desonestidade intelectual, que os veg(etari)anos apoiariam uma ONG que faz apologia ao estupro.

Chegamos ao ponto em que os veganos mais engajados passaram a ter que rejeitar a ajuda ou apoio da PETA para qualquer ação em prol da libertação animal. Porque não faz qualquer sentido enfrentar a violência contra inocentes sendo apoiado por uma ONG que “brinca” com atos de violência (física ou simbólica) contra outros seres oprimidos – as mulheres.

*Editor do consciência.blog.br

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