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POLUIÇÃO

No mundo todo, apenas 7 países atendem aos padrões de qualidade do ar da OMS, mostra pesquisa

Quase todos os países não cumprem a marca de PM2,5 — pequenas partículas expelidas pelos veículos e pela indústria e que podem causar problemas de saúde

20 de março de 2024
Redação Um Só Planeta
4 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Apenas sete países no Planeta inteiro cumprem uma norma internacional de qualidade do ar — e o Brasil não está entre eles —, informou nesta terça (19) a IQAir, uma organização suíça de qualidade do ar que coleta dados de mais de 30.000 estações de monitoramento em todo o mundo. Com a poluição atmosférica piorando em muitos locais devido à recuperação da atividade econômica após a pandemia, associada ao impacto tóxico da fumaça de incêndios florestais, o novo relatório concluiu que o cenário não é nada bom.

Dos 134 países e regiões pesquisados, apenas sete – Austrália, Estônia, Finlândia, Granada, Islândia, Ilhas Maurício e Nova Zelândia – estão cumprindo o limite das diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) para pequenas partículas transportadas pelo ar expelidas por carros, caminhões e veículos industriais.

A grande maioria das nações não cumpre esta norma, que se refere às PM2,5, um tipo de partícula microscópica de fuligem com menos largura do que um fio de cabelo humano mas que, quando inalada, pode causar uma série de problemas de saúde e até mortes.

Embora o ar mundial esteja geralmente muito mais limpo do que era em grande parte do século passado, ainda existem locais onde os níveis de poluição são particularmente perigosos. O país mais poluído, o Paquistão, tem níveis de PM2,5 mais de 14 vezes superiores aos padrões da OMS, concluiu o relatório da IQAir, sendo a Índia, o Tajiquistão e Burkina Faso os próximos países mais poluídos, descreve o Guardian.

Mas mesmo nos países ricos e em rápido desenvolvimento, o progresso na redução da poluição atmosférica está ameaçado. O Canadá, há muito considerado como tendo um dos ar mais limpos do mundo ocidental, tornou-se o pior país em termos de PM2,5 no ano passado devido aos incêndios florestais recordes que devastaram o país, enviando partículas tóxicas até para os EUA.

Já na China, as melhorias na qualidade do ar foram comprometidas no ano passado pela recuperação da atividade econômica após a pandemia de Covid-19. O relatório constatou um aumento de 6,5% nos níveis de PM2,5 no gigante asiático.

“Infelizmente as coisas retrocederam”, disse Glory Dolphin Hammes, presidente-executivo da IQAir na América do Norte, em nota. “A ciência é bastante clara sobre os impactos da poluição atmosférica e, no entanto, estamos tão habituados a ter um nível de poluição demasiado elevado para ser saudável. Não estamos fazendo ajustes rápido o suficiente”, concluiu ele.

A poluição atmosférica mata cerca de 7 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, um problema mais fortemente sentido nos países em desenvolvimento que dependem de combustíveis particularmente sujos como carvão e gás para aquecimento, iluminação e cozinhar. Aidan Farrow, que é cientista sênior de qualidade do ar do Greenpeace Internacional, disse ao Guardian que “o conjunto de dados globais da IQAir fornece um lembrete importante das injustiças resultantes e da necessidade de implementar as muitas soluções que existem para este problema”.

Além de impulsionar a transição energética para fontes mais limpas como a eólica, solar e hidrelétrica, especialistas apontam que outras medidas como a criação de áreas verdes nas cidades, restrições ao tráfego de veículos e regras mais rígidas para a emissão de poluentes por carros e indústrias são parte importante das soluções na trajetória para um ar mais limpo para a humanidade.

Fonte: Um Só Planeta

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