Germano Woehl Jr.
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Para azar dos investidores em reflorestamentos de pinus, os macacos-prego (Cebus apella) adquiriram o hábito de se alimentarem da casca na ponta dos pinus onde fica a parte mais tenra. Ao fazerem isso são acusados de secarem os pinus e, assim, tornaram-se mais uma “praga florestal” a ser combatida.
Repare na imagem abaixo o reflorestamento de pinus encostado no que restou da mata nativa (Mata Atlântica), nas cabeceiras do rio Itajaí, em Itaiópolis (SC).
Reflorestamento de pinus no entorno de uma mata preservada nas cabeceiras do rio Itajaí, em Itaiópolis (SC), com uma grande quantidade de pinus secando devido ao descascamento pelos macacos-prego.
Os moradores da região garantem que os macacos são os culpados pelo estrago e me informaram que atacam com mais intensidade no inverno, quando a fome aperta e eles não conseguem encontrar comida suficiente nos reduzidos fragmentos de floresta que ainda estão em pé aguardando as próximas investidas das motosserras.
Para acabar com o problema, donos de reflorestamentos resolveram simplesmente acabar com os macacos. Alguns contratam caçadores e pagam por cada macaco-prego abatido. Em 2005, ouvi comentários que uma empresa pagava R$ 10,00 por cabeça.
O problema dos macacos se alimentarem da casca de pinus é bem conhecido há muito tempo conforme mostra este trabalho publicado em 1994:Alexandre Koehler e Carlos Firkowski. Descascamento de pinus por macaco-prego, FLORESTA, Vol. 24, No 12 (1994)