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Linhas de pipa em praias do litoral de SP matam aves e se tornam perigo para outros animais

13 de janeiro de 2023
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Foto: Divulgação/Instituto Biopesca

Depois de plástico e acessórios ligados à pesca, as pipas se tornaram outro perigo para animais marinhos nas praias do litoral de São Paulo. Os maiores prejudicados são as aves, que podem ter as asas cortadas e morrerem ao se enroscarem nas linhas. Outras espécies também podem ser afetadas.

Desde o dia 30 de dezembro, quatro fragatas (Fregata magnificiens), sendo dois machos e duas fêmeas, foram encontradas mortas devido à interação com linhas de pipa. Dois animais foram localizados em praias de Itanhaém, um em Praia Grande e outro em Peruíbe. Eles foram recolhidas pelo Instituto Biopesca, que monitora as praias nos quatro municípios.

A médica veterinária do Biopesca, Vanessa Ribeiro, alerta que as linhas de pipa, sejam com cerol ou a do tipo chilena, provocam o corte das asas dessas aves, que mesmo passando por reabilitação, não conseguem mais voar e acabam morrendo.

“A linha de pipa com cerol faz um corte profundo na asa do animal. Corta pele, tendões, toda inervação, vasos sanguíneos. O animal acaba sangrando bastante e não consegue mais voar. Se ele tiver acima da água, acaba caindo e pode se afogar”, alerta Vanessa.

A preocupação com esse tipo de caso aumenta na temporada de verão, devido às férias escolares, praias lotadas e, consequentemente, mais pessoas empinando pipas no entorno.

Além das fragatas, Vanessa cita o caso de uma tartaruga-marinha (Chelonia mydas) resgatada pelo instituto, que expeliu uma rabiola de pipa. Após a reabilitação, o animal sobreviveu.

“Ela (tartaruga) acabou expelindo quando estava em tratamento de reabilitação. Os animais que ingerem esses materiais, como as rabiolas e até mesmo a madeira que compõe as pipas, podem ter esse problema associado a sua morte”, comenta.

A veterinária alerta que não só as aves marinhas, mas também as silvestres, assim como qualquer animal que faça ingestão desses fragmentos, podem ser afetados pelas pipas.

Foto: Divulgação/Instituto Biopesca

Acionamento

Caso um animal marinho debilitado ou morto seja encontrado na praia, é possível acionar o Instituto Biopesca pelos telefones 0800 642 3341 ou (13) 99601-2570.

Se o encalhe ocorrer nas cidades de Santos, São Vicente, Guarujá ou Bertioga, deve-se acionar o Instituto Gremar, através do WhatsApp (13) 99711-4120.

Em relação aos cuidados nessas situações, Vanessa destaca que é importante “manter o animal distante das pessoas e do barulho, jamais tentar colocar os animais de volta na água, tentar improvisar uma sombra na maioria dos animais, fazer silêncio e ficar distante, porque os animais podem se defender”.

Fonte: A Tribuna

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