Porém, as apresentações submetidas ao registro da ONU contêm “apenas uma pequena quantidade da substância que está sendo emitida”.
Os pesquisadores acreditam que os gases que não são registrados nos inventários oficiais são mais ameaçadores para o Acordo Climático de Paris do que a intenção do presidente dos EUA, Donald Trump, de se retirar do acordo.
A investigação revelou que cientistas suíços registraram amostras de um gás potente chamado HFC-23 – produzido por frigoríficos e unidades de ar condicionado – originários de um local no norte da Itália entre 2008 e 2010 e os dados foram publicados em 2011.
Entretanto, ela afirma que cientistas na estação de monitoramento de ar suíça da Jungfraujoch sugerem que o gás ainda é emitido na atmosfera, revela o Energy Live News.
Stefan Reimann, dos Laboratórios Federais Suíços de Ciência e Tecnologia de Materiais, disse à BBC: “Nossa estimativa para esta localidade na Itália é de cerca de 60 a 80 toneladas dessa substância que tem sido emitida a cada ano. Podemos comparar isso ao inventário de emissões italiano e isso é bastante interessante porque o inventário oficial diz abaixo de 10 toneladas ou em torno de duas a três toneladas”.
“Eles realmente dizem que está ocorrendo, mas não acreditam que está acontecendo tanto quanto observamos. Apenas para colocar isso em perspectiva, esse gás de efeito estufa é milhares de vezes mais forte que o CO2″, completa.
A agência italiana do meio ambiente disse que não aceitou os números suíços, pois seu inventário estava correto e cumpriu os regulamentos da ONU.
A investigação também afirma que a quantidade de emissões da China e da Índia é “incerta e que os especialistas dizem que seus registros são mais ou menos 100%”.
O documento acrescenta que existem grandes incertezas nos inventários de emissões de carbono, especialmente nos países em desenvolvimento.