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IMPACTO NOS RECIFES

Estudiosos investigam acidificação costeira e seus impactos em Alagoas

O estudo avalia alterações na química da água do mar, eutrofização nos recifes e branqueamento dos corais, com resultados que podem auxiliar gestores em tomadas de decisão

25 de junho de 2023
Leo Mendes
2 min. de leitura
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Pesquisa apoiada pela Fapeal investiga processo de acidificação costeira e seus impactos

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) tem buscado atrair e fixar estudiosos de alto nível para desenvolver análises significativas na região. Um dos projetos apoiados pelo Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (PDCTR) é o trabalho que investiga a contribuição dos estuários no processo de acidificação costeira e seus impactos nos recifes.

Bárbara Pinheiro, a pesquisadora responsável pelo projeto, explica que as mudanças climáticas podem provocar um fenômeno chamado branqueamento, onde os corais e outros invertebrados marinhos ficam com uma “febre” por conta das águas quentes. Assim, eles perdem as algas que vivem em seus tecidos, responsáveis por dar alimento e a cor desses animais. Outro elemento das mudanças climáticas é a alteração na química da água do mar, causada pela liberação de grandes parcelas de gás carbônico (CO2) para a atmosfera. Esse processo é conhecido como acidificação do oceano, que diminui a disponibilidade de substâncias para que animais como corais, moluscos e crustáceos formem seus esqueletos e carapaças.

Na região costeira, que recebe diretamente as águas dos rios poluídos com nutrientes e matéria orgânica, esse processo pode ser ainda mais intenso. O estudo está sendo conduzido na Barra de Santo Antônio e investiga os impactos específicos nos recifes do entorno da desembocadura do rio nessa região. Para isso, são realizadas coletas de amostras de água do rio Santo Antônio Grande, do mar e da mistura entre os dois para obtenção de parâmetros físicos e químicos. Os resultados são incluídos numa planilha base disponibilizada para pesquisadores, gestores ambientais e analistas ambientais.

O financiamento concedido pela Fapeal cobre gastos com a ida a campo para coleta de dados, mas também possui uma contribuição social através do pagamento do apoio logístico da embarcação para a coleta feita por um pescador da comunidade tradicional da Barra de Santo Antônio. As análises das amostras retiradas são possíveis graças à parceria existente com o PELD CCAL – também financiado pela Fapeal – e o PPG de Oceanografia da UFPE.

A economia da região é fortemente dependente do turismo e da pesca artesanal nos ambientes costeiros (piscinas naturais, manguezal, praias, bancos de areia). A pesquisa permite avaliar os impactos da mudança na química da água do mar sobre a biodiversidade marinha desse local: saúde dos corais, produtividade dos ecossistemas etc. Os resultados obtidos podem auxiliar os gestores ambientais na definição prioridades e atividades que causem menor impacto à conservação do ambiente costeiro-marinho em Alagoas.

Fonte: BR104

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