Por Rafaela Pietra (da Redação)
A foto de um tubarão que foi servido inteiro para consumo de hóspedes em um resort na Tunísia gerou revolta na internet. A imagem, postada no site Imgur no dia 25 de setembro, foi compartilhada por mais de 200 mil usuários, com comentários que demonstram a repudia popular quanto ao crime, segundo o G1.
A imagem levanta a discussão sobre a grave ameaça à vida e à biodiversidade dos oceanos. A pesca tem dizimado populações de tubarões por todo o mundo e, em 2013, a ONU fez um alerta sobre a situação da saúde dos oceanos devido a essa brutal atividade. Além da pesca para venda e consumo da carne, tubarões são vítimas da indústria da barbatana de tubarão através da prática do finning, que consiste em capturar, mutilar e devolver o animal ao mar, sem as barbatanas, o que o leva a uma morte lenta e dolorosa.
No Brasil, onde 67% das espécies de tubarão estão ameaçadas de extinção, entrou em vigor uma Instrução Normativa que proíbe a prática do finning. Porém, o país tem adotado a política de regulamentar o comércio de tubarões (e outras espécies), ao invés de proibi-lo, compactuando assim com o cruel comércio de animais.
Ações como a do resort são cruéis e seu resultado é preocupante, já que cerca de 100 milhões de tubarões morrem todos os anos no mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), que estima que 90% da população deste animal desapareceu no último século.
Além de prejudicial para a biodiversidade, o dano causado ao indivíduo capturado, que perde sua liberdade e se transforma em mercadoria, deve ser considerado. Os animais têm interesse em viver e estão perfeitamente adaptados ao seu habitat natural, onde devem permanecer em segurança e em paz.