O filósofo e bioeticista Peter Singer estará no Brasil no final de agosto, a convite do projeto Fronteiras do Pensamento, e pela primeira vez visitará um santuário afiliado ao Great Ape Project, do qual foi um dos fundadores na década de 90 junto com um grupo de antropólogos, primatólogos, advogados e outros filósofos ligados a área de direitos dos animais.
Peter Singer visitará o Santuário de Grandes Primatas e Felinos de Sorocaba, o primeiro santuário brasileiro afiliado ao projeto GAP, no dia 29 de agosto. O santuário começou suas atividades há 12 anos e hoje abriga 50 chimpanzés e outros animais que foram vítimas de maus-tratos em circos, zoológicos e atividades comerciais. No total, o santuário abriga mais de 200 animais.
Na ocasião da visita de um dos seus fundadores, o projeto GAP Internacional também lançará o seu novo portal da internet, que continuará com conteúdo em três línguas – português, inglês e espanhol – e trará mais conteúdo e interatividade em prol da divulgação dos direitos dos grandes primatas.
Sobre Peter Singer
Autor do livro clássico na defesa dos direitos dos animais “Animal Liberation”, na década de 70, Peter Singer voltou seu olhar e sua mente, em 1994, para nossos irmãos chimpanzés, gorilas, bonobos e orangotangos, denunciando para o mundo o extermínio que acontecia com estas espécies, que são os parentes genéticos mais próximos do homem.
O GAP nasceu a partir de ideias desenvolvidas em um livro de mesmo nome, no qual Singer e outros autores e especialistas, entre os quais a primatóloga britânica Jane Goodall, explicam que os seres humanos e os grandes primatas compartilham características como organização social, comunicação e fortes laços afetivos entre os indivíduos, o que lhes conferem inteligência e, consequentemente, direitos muito similares aos nossos.
Em 2003, no livro “Recognition for the Uncounted”, editado pelo Projeto GAP, Peter Singer denunciou as torturas e a reclusão desumana de centenas de chimpanzés em centros de experiência biomédica nos Estados Unidos: “A próxima década será um tempo crucial para os grandes primatas. Uma razão para isto é que o tamanho das populações remanescentes de chimpanzés, bonobos, gorilas e orangotangos inevitavelmente será decidido. O mundo tomará uma séria decisão acerca da proteção deles e seus habitats na África e Indonésia, ou primatas em vida livre chegarão a ser minúsculos grupos protegidos só em pequenas reservas e marchando inexoravelmente à sua extinção em qualquer parte.” E continua: “A próxima década também será crucial para o movimento em ascensão que garante os direitos básicos aos grandes primatas. Esse movimento lançado na publicação “The Great Ape Project” em 1993, converteu o Projeto GAP numa organização internacional com representações através da Europa, Ásia, América do Norte, América Latina e defensores em muitos outros locais.”
Fonte: Itu.com.br