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SÃO PAULO

Tribunal de Justiça manda seguir com ação envolvendo chipanzés aprisionados em zoo

30 de março de 2022
Thayanne Magalhães l Redação ANDA
2 min. de leitura
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Em 12 de novembro de 2020, Kelly tentou fugir do seu recinto e mobilizou equipes do zoológico e da Guarda Municipal. (Crédito: Fábio Rogério / Arquivo JCS (12/11/2020)

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) determinou que uma ação que envolve os chimpanzés Kelly e Paulinho, do Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, tenha andamento do Fórum de Sorocaba. Na decisão, divulgada na última quinta-feira (24/03), o TJ reconheceu a responsabilidade da Prefeitura de Sorocaba na ação, determinando a tramitação da ação, que havia sido extinta em 2021.

Em primeira instância, a prefeitura alegou não poder integrar a ação como ré, tendo em vista que os animas citados na ação seriam responsabilidade do Zoológico Bioparque, sediado na cidade do Rio de Janeiro, e do Zoológico Beto Carreiro, localizado no Estado de Santa Catarina. Assim, o Executivo sorocabano foi considerado como parte ilegítima do polo passivo da ação. Desse modo, a ação foi julgada extinta, sem resolução do mérito, ou seja, sem que os pedidos do MP fossem analisados.

Pela nova decisão, há o entendimento de que cabe também à municipalidade, onde se encontram os animais, dar a devida proteção a eles, uma vez que todos colaboram para as medidas protetivas ao meio ambiente.

“Correto o entendimento de que a competência é do local do dano (Comarca de Sorocaba) e a atribuição do Poder Público, no caso, do ente municipal requerido, de tomar as providências cabíveis para proteção dos aludidos animais, até porque estão sob seus cuidados e posse”, escreveu o desembargador Miguel Petroni Neto, relator do caso.

Segundo o promotor Jorge Alberto Marum, a decisão foi muito importante “no sentido de afirmar que animais como chimpanzés e elefantes não são coisas que a prefeitura pode tratar como propriedade, emprestar, permutar, expor à visitação para diversão dos humanos e lucro para o comércio”. “(…) Mas sim, seres inteligentes e sensíveis (senciente), que estão sob a tutela do poder público, o qual deve buscar sempre o melhor para seu bem-estar, conforme o artigo 225 da Constituição”,acrescentou.

A ação civil pública ambiental pela transferência do casal de primatas foi ajuizada pelo MP em junho de 2021. A ideia é levá-los para o Santuário de Grandes Primatas do Projeto GAP, parceiro da ANDA.

Nota da Redação: zoológicos e outros locais que aprisionam animais devem ser completamente extintos. Casos como o do casal de chipanzés servem para alertar a população mundial sobre a injustiça e crueldade escondida atrás de zoológicos e outros locais que mantém animais em cativeiro apenas para divertimento humano. É preciso clarear a consciência para entender e respeitar os direitos animais. Eles não são objetos para serem expostos e servirem ao prazer de seres humanos. As pessoas podem obter alguns minutos de entretenimento, mas para eles é uma vida inteira de exploração e abusos condenados pelo egoísmo humano.

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