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Empresas de carne e de laticínios receberam mais de meio trilhão de dólares em financiamento desde o Acordo de Paris em 2015

20 de março de 2024
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Os bancos estão direcionando mais financiamento do que nunca para empresas de carne e de laticínios, conforme revelado por um novo relatório. Desde a assinatura do Acordo Climático de Paris em 2015, instituições financeiras globais entregaram um total de 615 bilhões de dólares a 55 empresas desse setor, incluindo JBS, Tyson e Marfrig. Esse financiamento aumentou significativamente, com um aumento global de 15% nos anos de 2019 a 2022 em comparação com o período de 2015 a 2018.

Martin Bowman, da Feedback, que produziu o relatório, criticou os bancos por estarem “alimentando a expansão” de empresas de carne e laticínios, apesar da necessidade urgente de reduzir a produção e o consumo desses produtos para combater a crise climática. O relatório, intitulado “Ainda Destruindo o Planeta”, é uma atualização de um documento de 2020 que analisou o fluxo de financiamento para os principais produtores mundiais de carne e laticínios.

O Bank of America e o Barclays foram identificados como os piores infratores entre os bancos, cada um investindo 28 bilhões de dólares em empresas do setor entre 2015 e 2022. O Barclays se destacou como o maior credor global da JBS, com um crédito de 6,7 bilhões de dólares desde 2015.

O relatório também aponta que os financiamentos estão em desacordo com as políticas ambientais dos próprios bancos. Por exemplo, o HSBC, que tem uma política de “não fornecer conscientemente serviços financeiros a clientes de alto risco envolvidos em desmatamento”, doou mais de 2 bilhões de dólares à Marfrig e à Minerva, empresas associadas ao desmatamento na América do Sul.

Além disso, o aumento do financiamento para o setor de carne e laticínios entra em conflito com a ciência climática, uma vez que essa indústria é responsável por uma parcela significativa das emissões de gases de efeito estufa. O relatório destaca que, apesar das recomendações para reduzir a produção desses produtos, a produção global de carne aumentou 9% e a de laticínios aumentou 13% entre 2015 e 2021.

Diante disso, Bowman insta os bancos e investidores a cessarem o financiamento que impulsiona o crescimento insustentável da produção global de carne e de laticínios, argumentando que as empresas pecuárias industriais são incompatíveis com um futuro seguro para o planeta.

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