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DESMATAMENTO

Desmatamento caiu pela metade na Amazônia Legal, mas aumentou no Cerrado em 2023, aponta Inpe

Na floresta amazônica, foram perdidos 5.151,6 km², redução de 50% na comparação com 2022. No Cerrado, foram 7.828,2 km², o que representa alta de 43%

8 de janeiro de 2024
Redação Um Só Planeta
4 min. de leitura
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Foto: Getty Images

Em 2023, o desmatamento caiu expressivamente na Amazônia Legal, mas teve uma grande alta no Cerrado. Segundo dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira (5), nos últimos doze meses foram devastados 5.151,6 km² na floresta amazônica, uma redução de 50% na comparação com 2022. No Cerrado, foram 7.828,2 km², o que representa uma alta de 43%.

O levantamento, fechado no dia 29 de dezembro, aponta que, no total do ano para os dois biomas, a perda de vegetação chegou a 12.979,8 km², queda de quase 18% em comparação com 2022 (15.740,5 km²). Isso equivale a mais de oito vezes a área da cidade de São Paulo.

Na Amazônia Legal, a taxa registrada foi a mais baixa desde 2018, ano em que foram perdidos 4.951,4 km² de vegetação e quando começou a medição do Deter. Já no Cerrado, foi a maior desde 2019.

Os estados que lideraram em número de desmatamento na região amazônica foram Pará (1.902,5 km²), Mato Grosso (1.408,2 km²) e Amazonas (894,4 km²). A área conhecida como Matopiba, composta por Maranhão, Bahia, Tocantins e Piauí foi a líder no Cerrado, com 5.921,8 km².

Amazônia

Em entrevista ao G1, Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, disse que o desmatamento na Amazônia caiu sobretudo pela intensificação do trabalho do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

“Aumentou bastante o número de operações, de campo e remotas, assim como as multas aplicadas e a apreensão de instrumentos e produtos do crime ambiental. O desafio agora é aplicar o PPCDAm (Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal) em sua integralidade, reforçando a correta destinação das florestas públicas e o fomento a atividades produtivas sustentáveis”, apontou a especialista.

A queda no índice da Amazônia, que explodiu durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, é a maior vitória na área ambiental do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, destaca a Folha.

Sob sua gestão, o país restabeleceu o PPCDAm, que baseia as medidas de combate ao crime ambiental na região. O plano, criado em 2004, ganhou uma versão atualizada em junho de 2023, em que foram estabelecidos diferentes eixos de ação e a meta de alcançar o desmatamento zero no bioma até 2030.

Cerrado

Em relação ao Cerrado, Araújo disse que o desmatamento no bioma é lastreado em autorizações dos órgãos ambientais estaduais. “Os entes subnacionais não estão tendo a atenção necessária para a proteção do Cerrado, estão flexibilizando essas autorizações. O ministério terá de trabalhar muito essa interação federativa”, indicou.

A Folha de S. Paulo destaca que, na Amazônia, 54,3% da área é protegida, em forma de unidades de conservação e terras indígenas. No Cerrado, dados do Mapbiomas, rede que mapeia o uso da terra no Brasil, apontam que somente cerca de 12% estão em alguma área de conservação ou terra indígena.

“O cerrado tem um baixo índice de áreas protegidas, então precisa ter um aumento forte destas áreas, como aconteceu na Amazônia a partir de 2022”, afirmou Tasso Azevedo, coordenador geral do Mapbiomas.

Outro ponto a se observar é que nas propriedades privadas, que ocupam 67% do bioma, o Código Florestal permite o desmatamento de até 80% da área (ou até 65% em alguns locais, quando estão em áreas de transição para a floresta amazônica). Na Amazônia, esse limite é de 20%.

Visando melhorar o cenário no Cerrado, o Ministério do Meio Ambiente lançou, em novembro de 2023, o PPCerrado (Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado), que também tem a meta de alcançar desmatamento zero na região até 2030.

Fonte: Um Só Planeta

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