As baleias que vivem perto das ilhas Galápagos apresentam níveis de poluição mais elevados do que as que nadam noutras zonas do Oceano Pacífico, concluiu um estudo divulgado recentemente na Environmental Health Perspectives, citado pela Discovery News. Recorde-se que as Galápagos são lugares protegidos pela UNESCO. Os poluentes detectados incluem o pesticida DDT, alguns hidrocarbonos e 30 tipos diferentes de polychlorinated biphenyls (PCB).
“A ingestão é a principal via de exposição das baleias, através dos contaminantes presentes na sua dieta”, explicou Celine Godard-Codding, uma das coautoras do estudo, acrescentando que a absorção através da pele, por exemplo, após o derrame de óleo, é também uma importante fonte de contaminação.
Esta investigadora e os colegas analisaram a pele e o óleo de 234 machos e fêmeas de cachalote em cinco locais diferentes do Pacífico: o Golfo da Califórnia (México), as ilhas Galápagos (Equador), as águas entre as Galápagos e Kiribati, Kiribati e Papua Nova-Guiné. Os cientistas analisaram amostras de tecido à procura de CYP1A1, uma enzima que é afetada por determinados hidrocarbonos, e concluiram que, quanto mais expostas as baleias estão às substâncias poluentes consideradas no estudo, mais enzimas deste tipo são produzidas.
A presença de CYP1A1 é mais elevada nas baleias das ilhas Galápagos, logo seguida daquelas que vivem no Golfo da Califórnia. Os níveis mais baixos foram detectados nos animais que vivem nas águas mais distantes do continente. “Ficamos surpreendidos com o fato de os níveis mais elevados do biomarcador CYP1A1 terem sido detectados nas Galápagos”, sublinhou Celine Godard-Codding ao Discovery News. “Ainda não sabemos se isto reflecte níveis elevados de poluentes nas águas das Galápagos ou na cadeia alimentar destas águas”.
Celine Godard-Codding acrescentou que estas substâncias poluentes são “maioritariamente produzidas pelo homem” e “acabam por ir ter aos oceanos uma vez libertados no ambiente”. “Os oceanos são o último reduto para os contaminantes ambientais mais preserverantes”, explicou a mesma investigadora”.
Fonte: Jornal de Notícias