O leão Ariel, de 3 anos de idade, que mobilizou uma corrente de solidariedade na internet, deverá ser submetido a um novo tratamento para combater a doença que o deixou tetraplégico no ano passado. Segundo a responsável pelo animal, Raquel Ferreira Borges da Silva, Ariel será submetido a uma técnica chamada plasmaférese, método terapêutico que permite separar elementos do sangue, como os anticorpos produzidos pelas doenças autoimunes. Uma empresa privada ofereceu o equipamento. Até esta segunda-feira (11), entretanto, ainda não havia previsão de quando começará o novo tratamento, que será acompanhado por um médico veterinário.
Ariel saiu de Maringá, no interior do Paraná, para São Paulo, no fim do mês passado em busca do tratamento e da descoberta da doença que o deixou tetraplégico. Segundo Raquel, o caso está sendo analisado, inclusive, por veterinários israelenses, que chegaram ao país apenas para examiná-lo.
Na manhã desta segunda-feira (25), a comunidade criada para ele no Facebook já contava com mais de 24 mil usuários. ” A comunidade é graças a uma pessoa que aprecia meu trabalho. Estão angariando recursos, materiais e até brinquedos. Os recursos são para mantê-lo: gastos com medicação, alimentação, materiais higiênicos, suplemento alimentar, transporte e custos aqui em São Paulo”, afirma Raquel, que se intitula “mãe” do animal.
Raquel é proprietária de um mantenedouro de animais em Maringá e tem licença do Ibama para cuidar de felinos em extinção, vítimas de maus-tratos e abandono. São 11 tigres e dois leões, incluindo Ariel. Os gastos em torno do bicho giram em R$ 600 por dia. “São 15 tipos de medicamentos de uso variado, 8 kg de carne por dia, 30 fraldas.”
História
“Ariel nasceu em junho de 2008 de cesariana, depois de dois filhotes que nasceram de parto normal morrerem. Apesar de problemas respiratórios, não teve sequelas. Ele andava e corria normal e dormia comigo até os 10 meses de idade, chupando meu dedo”, diz Raquel, que o inclui na família como seu “quarto filho”.
Ela conta que no aniversário dele, em 2010, uma brincadeira de pegar uma bexiga no ar provocou uma queda do animal. “A gente faz enriquecimento de ambiente para os tigres e leões, e fazemos caixas de papelão com carne dentro, bexigas com água e ar, para soltar em um recinto para eles brincarem. Ele nada e mergulha. Então, no aniversário dele, fizemos isso. Ao tentar pegar a bola de ar, ele caiu e já me olhou com jeito diferente. Entendi que tinha machucado.”
Raquel diz que a partir deste momento Ariel começou a mancar e apresentar dores. Exames e medicamentos foram realizados sem sucesso. ”Começamos a pesquisar profissionais especializados em animais selvagens e chegamos até uma equipe médica em São Paulo, onde foram realizados exames. Ele fez ressonância magnética. É primeira vez que isso ocorre no Brasil, graças a uma empresa estrangeira que fez uma adaptação para ele. O exame foi feito em Osasco.”
De acordo com a “mãe” de Ariel, o leão teve primeiro as duas patas traseiras paralisadas. Após uma cirurgia realizada em dezembro do ano passado, perdeu o movimento das quatro patas. A cirurgia foi realizada em Guarulhos, Grande São Paulo, segundo ela, depois que foi diagnosticado que ele tinha uma hérnia de disco. Há sete meses Ariel segue em tratamento no Paraná com fisioterapia, hidroterapia, acupuntura e laserterapia. Há três semanas está em São Paulo para tratamentos e exames.
Com informações do G1