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Animais selvagens invadem região central de Berlim

24 de junho de 2014
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Foto: Derk Ehlert / Divulgação
Foto: Derk Ehlert / Divulgação

Ao anoitecer em Berlim, animais selvagens como javalis, fuinhas, coelhos, guaxinins e castores tomam conta dos parques e jardins da cidade. Com frequência, é possível ver raposas atravessando as movimentadas ruas da região central. Cerca de 20 mil espécies de animais e plantas selvagens fizeram da capital da Alemanha seu habitat.

Não há um inventário sobre a quantidade exata de animais que vivem na cidade. Estima-se que, entre as 20 mil espécies, há cerca de 180 tipos de aves e mais de 50 de mamíferos. Somente raposas são aproximadamente 1.600 animais, ou seja, há cinco vezes mais raposas morando na região urbana do que em florestas ao redor de Berlim.

Com mais de 40% de área verde, além de possuir vários tipos de biomas, como florestas, lagos, rios, pântanos e gramados, Berlim é o habitat ideal para uma grande variedade de animais selvagens e plantas.

“Berlim é muito grande, com mais 900 quilômetros quadrados, mas é também uma cidade muito verde. Essas áreas verdes e aquáticas são interligadas e se conectam, vindas das fronteiras em direção ao centro em forma de estrela. Assim, muitos animais conseguem entrar e viver na capital”, conta Derk Ehlert, encarregado de animais selvagens da Administração Estadual para Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente.

Além de parques e florestas, os animais também moram em espaços industriais. Muitos vieram em busca de alimentos e acabaram ficando na cidade, devido à fartura de lixo e de pequenos mamíferos, como camundongos e ratos. “Essas espécies selvagens são oportunistas e generalistas, comem tudo que conseguem encontrar. Em princípio, pegam tudo que acham no meio urbano e na natureza”, descreve Ehlert.

Nativos de Berlim

A grande maioria desses animais já se acostumou a viver em áreas urbanas e transita por ela sem se preocupar ou ter medo dos seres humanos. As raposas, por exemplo, circulam pela região central e estão acostumadas com o intenso movimento de carros. Seus filhotes, nascidos e criados no ambiente urbano, têm mais chances de sobrevivência na cidade do que os primeiros exemplares que vieram das florestas.

Segundo o especialista, os animais selvagens não são perigosos, entretanto, já foram registrados alguns incidentes. “Houve casos de mordida. Há conflitos entre animais selvagens e domésticos e quando, por exemplo, o dono do cachorro vai separar a briga acaba sendo mordido. Os javalis não são agressivos ou atacam, mas é sempre bom ter respeito e não se aproximar muito”, aconselha Ehlert.

Outro caso que chamou a atenção no início deste ano foi a invasão de um dos zoológicos por raposas. Em busca de alimento, elas atacaram os bichos que estavam nas jaulas. Em apenas uma semana mais de 40 animais foram atacados, entre ele patos, pinguins e até cangurus. Após o ocorrido a direção do local resolveu colocar uma cerca eletrificada em torno do complexo para evitar a entrada desses carnívoros.

Respeito e multa

Apesar de não serem perigosos, Ehlert recomenda respeitar o espaço dessas espécies. A administração estadual organiza campanhas de informação para que homem e natureza convivam em harmonia. “Estamos tentando tirar o medo das pessoas, explicando que os animais já não vivem somente nas profundezas da floresta, mas também no centro da cidade”, conta.

Além disso, há um telefone de emergência para pessoas que precisam de orientação ou encontram animais selvagens morando em seu jardim ou porão. Por dia, o serviço recebe entre 30 e 50 ligações. Dependendo do caso, uma equipe é enviada ao local para avaliar a situação e remover o animal.

Ehlert lembra também que alimentar animais selvagens é proibido e a multa para quem for pego pode chegar a 5 mil euros, quase 15 mil reais. Segundo o especialista, eles estão bem adaptados à vida urbana e essa ação é prejudicial, pois muitas espécies se acostumam a essa prática e podem se tornar agressivas, atacando pessoas em busca de alimento.

Fonte: Terra

 

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