A África do Sul delineou hoje (03/04) planos para eliminar gradualmente a criação de leões em cativeiro para fins de caça, à medida que o país se encaminha para proibir a caça.
A prática de criar grandes felinos para posteriormente serem mortos por caçadores ricos, geralmente pagando milhares de dólares americanos, tem sido há muito tempo repudiada por grupos de proteção e direitos animais. Os caçadores, geralmente estrangeiros, às vezes levam para casa a cabeça ou a pele do animal abatido como troféu.
O governo sul-africano já havia anunciado sua intenção de proibir a criação de leões para caça em 2021 e um comitê vem trabalhando na questão nos últimos dois anos. “O comitê recomendou o fechamento do setor de criação em cativeiro, incluindo a manutenção de leões em cativeiro, ou o uso de leões em cativeiro ou seus derivados comercialmente”, disse a ministra do Meio Ambiente, Barabara Creecy, em uma coletiva de imprensa na Cidade do Cabo.
Os criadores terão dois anos para se retirarem voluntariamente do setor e mudarem seu modelo de negócios antes que a proibição entre em vigor. A ideia, que enfrentou forte oposição de representantes da indústria altamente lucrativa, foi aprovada pelo governo na semana passada, mas ainda não foi transformada em lei.
A medida vem em meio a uma crescente rejeição à caça de troféus. Campanhas para proibir a importação de troféus têm recebido apoio nos Estados Unidos, Austrália e em vários países europeus nos últimos anos.
Entre 8 e 12 mil leões são mantidos em cerca de 350 fazendas em toda a África do Sul, segundo estimativas de grupos de direitos animais que denunciam regularmente as condições em que os animais são mantidos. O número de leões selvagens, em comparação, totaliza apenas cerca de 3.500, segundo o Endangered Wildlife Trust, uma ONG com sede na África do Sul.
