Um estudo recente publicado na revista Science lançou luz sobre o profundo impacto da poluição sonora do tráfego urbano no desenvolvimento de filhotes de pássaros, mesmo quando ainda estão dentro do ovo. Realizado por pesquisadores da Universidade Deakin, na Austrália, o estudo revela descobertas alarmantes sobre os efeitos negativos de longo prazo da poluição sonora na saúde, crescimento e reprodução deles.
O apuramento envolveu a exposição de ovos e filhotes de mandarins a vários estímulos sonoros, incluindo ruídos do tráfego urbano, como motores acelerados e carros passando, além do canto calmante da espécie. Os ovos expostos ao ruído do tráfego tinham quase 20% menos chances de eclodir, e os filhotes que emergiam eram significativamente menores e mais leves em comparação com seus pares criados em condições mais silenciosas.
O que é mais preocupante é que esses efeitos persistiram mesmo depois que os pássaros não foram mais expostos à poluição sonora, afetando suas capacidades reprodutivas até a idade adulta.
O estudo também descobriu que pássaros expostos à poluição sonora durante seu desenvolvimento inicial produziam menos descendentes do que aqueles criados em ambientes mais silenciosos.
A Dra. Mylene Mariette, coautora do estudo e especialista em comunicação de pássaros, enfatizou a importância da pesquisa. “O som tem um impacto muito mais forte e direto no desenvolvimento de pássaros do que sabíamos antes.”
A análise reforça suposições anteriores sobre a sensibilidade dos jovens pássaros ao som e destaca os efeitos duradouros da poluição sonora nas populações de aves. Ela reforça a necessidade de abordar a poluição sonora, especialmente em áreas urbanas onde as aves estão cada vez mais expostas a ruídos altos e contínuos do tráfego.