(da Redação)

Segundo uma nova regulamentação estabelecida pela Associação de Zoológicos e Aquários (AZA), até 2016 todos os elefantes cativos deverão residir com pelo menos dois outros de sua espécie, para “imitar o status social do grupo no estado selvagem”. Pelo menos um zoológico já declarou publicamente que não tem planos de obedecer à regra. As informações são do The Dodo.

Em uma atitude de desafio à determinação da AZA, gestores do San Antonio Zoo (Texas, EUA), disseram que não irão prover companhia para o único elefante que restou no estabelecimento, uma fêmea chamada Lucky, e nem irão realocá-la para onde ela possa viver entre outros da sua espécie. Ao invés disso, eles afirmam que pretendem mantê-la em confinamento solitário “até o dia de sua morte”.

Steve McCusker, diretor do zoológico, disse ao Express-News que, aos 54 anos, Lucky está muito velha para ser movida para um santuário ou para outro local que tenha outros elefantes, alegando que “não há coisa mais certa para fazer com ela do que deixá-la onde está”.

Lucky está no San Antonio Zoo desde 1962, dois anos após ter sido capturada na natureza na Tailândia, e foi forçada a passar a sua vida no cativeiro, a maior parte do tempo sendo-lhe negada a interação com outros elefantes. Não por acaso, depois do trauma da captura, ela cresceu com medo de ser atacada – ou como McCusker diz, “ela é estranha”.

Essa é uma das razões, diz ele, pelas quais eles irão mantê-la sozinha pelo resto de sua vida.

“Ela nunca foi o tipo de elefante que faz parte de uma manada. Ela sempre foi um tipo estranho que preferiria viver sozinha ou com pessoas que com outros elefantes”, disse McCusker. “Essa é realmente a filosofia e a ciência por trás dos motivos pelos quais nós a mantivemos”.

Mas, de acordo com a reportagem, há outra razão que faz com que o zoológico esteja hesitando em enviar Lucky para viver entre outros de sua espécie – ela ainda é uma grande atração para visitantes.

Para grupos de fiscalização, como o In Defense of Animals, a decisão do San Antonio Zoo de desafiar as regras do AZA não traz nenhuma surpresa – no ano passado, o zoológico foi classificado como número um em uma lista dos “10 Piores Zoológicos para Elefantes”.

Nota da Redação: Não existe um “Bom zoológico para elefantes”. A aplicação de uma lei bem-estarista, formulada pela própria indústria dos zoos e aquários, como a citada na matéria, nunca irá permitir que os animais voltem a viver como no estado selvagem, que lhes foi negado no momento em que foram capturados. Lucky – e todos os animais aprisionados em zoológicos – merecem passar o resto de suas sofridas vidas em um lugar onde possam descansar com dignidade. Zoológicos exploram os animais e os confinam em um ambiente para o deleite das pessoas. Este elefante deve ser doado a um santuário de vida selvagem que irá proporcionar a ele uma vida longe da crueldade humana, como ocorreu recentemente com o elefante Sunder.