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FIM DO SOFRIMENTO

Vinte e seis chimpanzés explorados em laboratório finalmente poderão se mudar para santuário

Instituto que realizava pesquisa nos primatas desistiu de recorrer em processo que determinava a liberdade deles

28 de março de 2024
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Hans Hillewaert | Wikimedia Commons

O Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos Estados Unidos desistiu de recorrer em um processo judicial que determina o futuro de 26 chimpanzés que são explorados em um laboratório no Novo México. A organização de direitos animais Humane Society briga desde 2015 pela liberdade desses animais.

O NIH foi acusado pela ONG de se recusar ilegalmente a aposentar chimpanzés anteriormente usados em pesquisas e mandá-los para Chimp Haven, santuário especializado na espécie. Em dezembro de 2022, um juiz federal concordou, concluindo que a decisão do NIH de negar a aposentadoria a dezenas de chimpanzés violava a Lei Federal de Melhoria, Manutenção e Proteção da Saúde dos Chimpanzés (CHIMP).

Recentemente, o NIH abandonou seu recurso contra a decisão do juiz, permitindo que a sentença prevalecesse. Agora, os animais têm a chance de viver onde podem desfrutar de um ambiente mais natural e de enriquecimento e cuidados apropriados, além de uma chance de se relacionar uns com os outros.

Apesar da notícia ser promissora, há uma longa história de adiamento que coloca os interesses desses animais contra os de instituições e corporações. Em 2015, o NIH originalmente aceitou a ideia de enviar todos os chimpanzés de propriedade ou apoiados pelo governo federal, que eram quase 400, para Chimp Haven.

Mas um veterinário do Charles River Laboratories afirmou que muitos dos chimpanzés eram muito frágeis para serem movidos e deveriam, em vez disso, passar o resto de suas vidas no próprio laboratório em que foram submetidos a experimentos invasivos. Recomendação que não fazia sentido, pois desde que Chimp Haven foi fundado, centenas de chimpanzés de todas as idades e condições de saúde se mudaram para lá sem que ocorresse uma única morte durante o transporte.Então, em 2019, o NIH fez o anúncio chocante de que havia adotado a recomendação do veterinário.

Em nota, a Humane Society disse que espera que o abandono do recurso no processo judicial marque uma verdadeira mudança de abordagem no NIH. A ONG finalizou relembrando os chimpanzés que morreram durante toda essa espera. “Anos de atraso significaram que 18 chimpanzés que poderiam ter desfrutado da vida no santuário morreram esperando por sua chance de sair do laboratório do Novo México. É desolador que a procrastinação do NIH tenha custado a esses indivíduos a chance de desfrutar o final de suas vidas.”

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