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COMPAIXÃO

Veterinário desiste de matar rata que entrou em seu consultório, faz amizade e alimenta o roedor

23 de março de 2022
Thayanne Magalhães l Redação ANDA
3 min. de leitura
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Veterinário alimenta rata que apareceu em sua clínica em Mogi (Foto: Reprodução)

A compaixão de um médico veterinário com uma rata emocionou as redes sociais. Em um depoimento divulgado na última segunda-feira (21), o médico de Mogi das Cruzes (SP) contou que desistiu de matar o animal que apareceu em sua clínica veterinária e decidiu alimentá-lo.

Jefferson Leite explica a razão de ter mudado de ideia e ter feito uma ‘amizade’ com a ratinha. Ele afirma que foi até a clínica para matar o animal, mas o semblante da rata, que estava presa em um banheiro, o fez rever os planos.

“Abri a porta do box e vi, ali, um ser amedrontado e sem saída, parecendo que já previa o seu trágico fim. Tinha ficado preso lá por horas, esperando a minha chegada e como uma condenada, já ciente da sua pena, não mostrou resistência, apenas aceitou seu destino. Olhei nos olhos dela e acabei baixando a vassoura, ela baixou os olhos e ficou esperando”, relatou no post.

A história começou no domingo (20), quando uma funcionária da limpeza que trabalha na clínica veterinária se assustou com a presença de uma rata no box de um dos banheiros. Em seguida, ela ligou para Jefferson para pedir ajuda.

O médico veterinário chegou ao local durante a noite. Ele conta que após apanhar uma vassoura para matar o roedor, mudou de ideia e agiu de maneira diferente. “Aquele animal não oferecia risco, não tinha porque lidar de forma agressiva”.

No texto publicado em uma rede social, Jefferson explica as razões que o levaram a não matar o animal e alimentá-lo.

“A gente toma atitudes conflituosas que às vezes não paramos para pensar o porquê estamos fazendo aquilo. Agimos dessa forma sem necessidade. Naquele momento, pensei em tudo o que acontece no nosso dia a dia”, explica o veterinário.

Jefferson afirma ter pensado que não poderia matar “alguém com fome”. Ele gravou um vídeo enquanto oferecia bolachas e amendoim à rata. “Ela tinha fome e esse era, sem dúvida nenhuma, o motivo da invasão”.

O veterinário afirmou que passou cerca de 1h30 dentro do banheiro da clínica alimentando e observando o roedor. O animal passou a buscar o alimento na mão dele. “Tratando de forma gentil, ela não oferece perigo nenhum”, comenta.

Ele afirma que é tutor de um hamster em casa e que os roedores são animais que conseguem estabelecer vínculo. “Roedores são animais que têm essa característica de formar uma relação com as pessoas rapidamente”.

Jefferson, porém, lembra que esses animais mesmo não sendo agressivos podem oferecer riscos. Após registrar o momento, o veterinário apanhou a rata e soltou em um lugar próximo à clínica.

“Aquele rato não deixou de ser um animal, considerado de risco à saúde, mas também não é diferente das centenas de outros, que atendo na clínica. Assim, tomando as medidas necessárias de segurança, acondicionei ela gentilmente em uma caixa e levei-a para um local mais adequado, fora da casa, onde poderia continuar sua rotina de roedor. Reforcei a vedação dos ralos e portas, assim, embora o nosso encontro tenha sido agradável, evitamos outros contratempos e situações que possam nos colocar novamente em trincheiras opostas”, afirmou na publicação.

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