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AQUECIMENTO GLOBAL

Verão de temperaturas recordes no hemisfério norte provoca mudanças no Ártico

A região está aquecendo quase quatro vezes mais rápido do que qualquer outra do planeta

14 de dezembro de 2023
Redação Um Só Planeta
4 min. de leitura
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Foto: Diego Tirira | Wikimedia Commons

O Ártico está aquecendo quase quatro vezes mais rápido do que qualquer outro local do planeta, e isso está mudando completamente as suas características. Segundo um boletim divulgado na terça-feira (12) pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês), a região está menos gelada, mais úmida e mais verde.

A mudança tem sido mais intensa nos últimos meses, período de verão no hemisfério norte, informa o jornal The Washington Post. Só para citar alguns acontecidos: incêndios florestais fora de controle forçaram comunidades inteiras a evacuar e as águas de um rio invadiram casas devido ao afinamento glacial.

“Os eventos climáticos e meteorológicos extremos durante o ano passado no Ártico e em outros locais trouxeram impactos inequívocos e sobrecarregados pelas mudanças climáticas nas pessoas e nos ecossistemas”, afirma o relatório.

Confira a seguir os principais registros feitos no local:

Passagem Noroeste sem gelo

O derretimento de gelo deixou a Passagem Noroeste, uma via marítima entre os oceanos Atlântico e Pacífico, praticamente livre para os navios trafegarem. A extensão do gelo ao longo deste caminho foi uma das mais baixas já observadas via satélite.

Populações de salmão atingem mínimos e máximos recordes

As populações de salmão chinook e chum no oeste do Alasca ficaram bem abaixo da média em 2023, embora tenham se recuperado ligeiramente de um mínimo recorde em 2022. A razão disso é que as águas estão mais quentes, e esta é uma espécie que prospera em águas geladas.

Por outro lado, a quantidade de salmão vermelho atingiu marca recorde na Baía de Bristol, no sudoeste do Alasca. O clima mais quente faz os peixes irem para o mar mais cedo, em vez de viverem em lagos e rios até amadurecerem.

Graves inundações

O rio Mendenhall transbordou e causou uma grave inundação em Juneau, no Alasca, em agosto. O relatório da NOAA aponta que isso foi “resultado direto do dramático desbaste glacial ao longo dos últimos 20 anos”.

Gelo derretido perto do pico do manto de gelo da Groenlândia

As temperaturas na Estação Summit, um posto avançado de pesquisa no centro da Groenlândia, aproximaram-se dos 33º no dia 26 de junho. Foi apenas a quinta vez que os termômetros no local subiram acima de 0º em 34 anos de observações.

Nos meses de outono no hemisfério norte, a temperatura média por lá foi de cerca de -10º, 13º mais amena do que o normal. Esse aquecimento fez a superfície do manto de gelo na parte sul da Groenlândia baixar quase 45 centímetros durante uma única semana de junho.

Incêndios forçam milhares de pessoas a deixarem suas casas

O Canadá teve este ano a sua pior temporada de incêndios florestais. A maior das queimadas espalhou-se pelos Territórios do Noroeste, exigindo que os residentes de Yellowknife e outras comunidades fossem evacuadas por precaução durante semanas seguidas.

Rick Spinrad, administrador da NOAA, disse em entrevista coletiva que as conclusões do relatório devem estimular os esforços para retardar o aumento das temperaturas globais. “A hora de agir é agora. As mudanças climáticas já alteraram os ecossistemas de formas substanciais.”

Fonte: Um Só Planeta

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