Por Vinicius Siqueira (da Redação)
Após conversa n’A Fazenda com o integrante vegetariano Mateus Verdelho (o Gominho), a também integrante Yani de Simone (apelidada de Mulher Filé) disse nesta reça-feira (10) estar interessada em virar vegetariana. As informações são do portal R7.
“Acho que agora eu vou virar vegetariana”, disse Yani e completou, “Vou comer só coisas verdes, agora. Não quero mais matar os animais”.
Se ela falava sério ou estava só de brincadeira com Mateus, é algo que não se pode concluir, mas a peoa terminou revelando “Vou ser vegan, [não vou comer] nada derivado de bichinhos”.
Uma coisa é certa, o contato com os animais do programa e as conversas com o integrante vegetariano a marcaram de alguma forma.
Veganismo como parte da libertação animal
Como já noticiado na ANDA, Paulo Zulu chegou a sentir dó dos animais d’A Fazenda, por não serem tratados como deveriam, entretanto, a questão não seria somente ter compaixão com os animais, mas entender que o que eles precisam são de direitos.
A alimentação vegana tem sua importância além da saúde corporal do ser humano. Que ela é saudável para o corpo e que é uma dieta completa já foi provado e tem diversos adeptos, inclusive governos, como o australiano que, segundo matéria publicada na ANDA, já reconheceu o veganismo como dieta viável para toda a população e para todas as faixas de idade.
Entretanto, o valor ético da alimentação vegana é o ponto-chave: esta é uma alimentação livre de crueldade, livre de assassinatos, livre da indústria alimentícia que explora todos os animais que utiliza. É uma alimentação que reconhece a alteridade dos animais, os dando a dignidade de qualquer outro ser vivo com valor moral intrínseco. É uma alimentação que reconhece os direitos dos animais.
Caso fosse somente pelo bem-estar humano, então ela perderia seu sentido. Não faria diferença em relação à dominação humana sobre o restante dos animais. Seria somente mais um aspecto da cultura do narcisismo que vivemos.
Imposição alimentar
A alimentação vegana pode, então, ser praticada em todas as idades, mas é comum os pais veganos ouvirem que “empurram” uma forma de se alimentar para seus filhos, os privando da liberdade de escolher o que querem. Segundo Robson Fernando de Souza, em sua coluna na ANDA, o mito de que o veganismo é uma alimentação “empurrada”, uma alimentação imposta, não se sustenta. Robson argumenta que qualquer responsável impõe para seus filhos a maneira de se alimentar que eles próprios consideram saudáveis.
Disso se conclui que qualquer forma de alimentação é, de certa forma, imposta. Deve-se, então, perguntar qual o tipo de alimentação que iremos tratar como correta: uma alimentação que transforma os animais em mercadorias vendáveis, em objetos desmoralizados, em instrumentos humanos, ou uma alimentação que promove sua libertação?