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Vanguarda Abolicionista participa de audiência pública sobre os animais do zoológico de Sapucaia do Sul (RS)

19 de julho de 2015
4 min. de leitura
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Por Alex Avancini (da Redação)

zoo

O problema dos zoológicos, seu confinamento e a liberdade dos animais foi tema de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul sobre o destino dos mais de 1.100 animais do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul nesta última quarta-feira (8/07). Com a possibilidade de privatização do zoológico local, diversas frentes de direitos animais se manifestaram contra o caso e o grupo Vanguarda Abolicionista foi convidado para integrar a mesa de discussões sobre o assunto. Representada pela diretora Ellen Augusta Valer de Freitas, ela afirma que esse modelo de educação ambiental ensina a pedagogia da prisão e que o grupo se posiciona permanentemente contra os zoológicos. “A tendência em muitos lugares do exterior é que virem santuários”, acrescenta a bióloga. A proponente da discussão foi a deputada Regina Becker Fortunati. Participaram da audiência, ambientalistas, autoridades, funcionários da Fundação Zoobotânica, protetores e entidades como Bicho de Rua.

Vanguarda Abolicionista participa das discussões sobre o zoológico de Sapucaia do Sul, região metropolitana de Porto Alegre - Foto: Guerreiro.
Vanguarda Abolicionista participa das discussões sobre o zoológico de Sapucaia do Sul, região metropolitana de Porto Alegre – Foto: Guerreiro.

Para Marcio de Almeida Bueno, diretor geral da Vanguarda Abolicionista, existe um impasse sobre o zoológico e ele chama a atenção sobre o problema do confinamento do local, que não leva em consideração a liberdade dos animais. “Nós abolicionistas os vemos como inocentes cumprindo pena de prisão perpétua. Visitantes comentam sobre um urso visivelmente transtornado pelo encarceramento. Anos atrás, a morte de girafas em intervalos de um mês gerou grande movimentação de ativistas, coleta de assinaturas em abaixo-assinado com imensa adesão, e o governo da época não comprou novas girafas para reposição. Agora, aproveitamos a iminente mudança no zoo estadual para questionar a existência desses lugares”, comenta o diretor.

As discussões infelizmente nunca são pautadas do ponto de vista dos animais, lembra a Vanguarda Abolicionista. O encontro foi marcado por diversos pontos de vistas. Do ecológico e dos projetos de educação ambiental que o local oferece, sobre a importância da carga genética dos animais, preocupações com as milhares de crianças que anualmente visitam o local e ainda aqueles preocupados com o próprio emprego. “A liberdade dos animais é sempre relativizada, infelizmente”, comenta Marcio de Almeida Bueno em entrevista à ANDA. E acrescenta: “Os santuários são maneiras viáveis, se não ideal, de dar um destino minimamente digno a milhares de animais – no caso do zoo de Sapucaia, são 1.100. Animais esses que, por responsabilidade ou decisão de terceiros, foram retirados de seu ambiente natural, de sua vida, ou oriundos de criadouros – fabricando espécimes para atender à demanda – para entrar em um ‘vidro de conserva’, virar peça de coleção”.

O uso de animais em zoológicos no mundo

Recentemente,  uma investigação promovida pelo grupo de libertação animal Igualdad Animal no México chocou a todos por revelar as precárias situações em que viviam dezenas de animais em um zoológico particular denominado “Club de los Animalitos”, propriedade privada do parlamentar mexicano Sergio Emilio Gómez Olivier (PAN). De dentro do zoológico particular do parlamentar, localizado na cidade de Tehuacan, em Puebla, os ativistas conseguiram capturar imagens da terrível situação vivida pelos prisioneiros.

Nas Filipinas, vive Mali, uma elefante presa há 40 anos. Ainda quando bebê, estava aprendendo a nadar  quando foi arrancada de sua mãe e enviada para o zoológico, longe da família. Foi dada como um “presente” para o presidente da época, Ferdinand Marcos. Sua casa, que antes eram os campos do Sri Lanka, passou a ser um invólucro estéril de paredes e chão de concreto no Zoológico de Manila. E, por essas quatro décadas, ela não viu mais a sua mãe ou qualquer outro elefante novamente. Mali vive totalmente sozinha desde 1977, e é evidente que ela nunca considerou o zoológico como o seu lar.

Na Argentina, a polêmica morte do leão Zupay, de apenas dois anos de idade, que fugiu duas vezes do zoológico, depois de ter sido separado de sua mãe, ganha mais um trágico capítulo. A degradante situação em que vivem e morrem os animais nos zoológicos da Argentina piora a cada dia. Para castigar o tigre por ter fugido, como é de praxe nos zoos argentinos, ficou sem água e sem comida. Não conseguindo entrar na jaula da mãe, ficou perambulando pelo zoológico até sair pela cidade, onde atacou e matou um cachorro.

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