Um obscuro festival realizado na Romênia entre os dias que separam o Natal do Ano Novo chamou a atenção do mundo após fotos da comemoração serem divulgadas na mídia.
As imagens mostram dezenas de pessoas vestindo a pele de um urso inteiro, incluindo a cabeça, enquanto desfilam pelas ruas. O evento foi realizado na cidade de Comanesti, no Norte do país e impressionou pela insensibilidade dos participantes, que sorriem e brincam trajando o corpo de um ser vivo.
Centenas de pessoas vindas de diversas partes da Romênia em ônibus e furgões se concentraram em uma rua da cidade e realizaram um desfile dançando, gritando e cantando enquanto tocavam tambores com o suposto objetivo de “espantar o mal”.
Moradores do local afirmam que o festejo é realizado anualmente e atrai turistas e romenos que deixaram o país em busca de uma vida em outros países da Europa. A prática pode ter origem pré-cristã, em um período histórico marcado pela superstição e pelo costume tribal.
O festival é fortemente incentivado por movimentar um lucrativo comércio de pele de animais, que apesar de regulado pela União Europeia, esbarra na falta de fiscalização e alimenta a caça ilegal de ursos no país, atividade proibida após a pressão de ativistas pelos direitos animais em 2016.
Grupos de proteção animal afirmam que é um costume europeu tentar se apegar a costumes dos quais a atual geração mal lembra o significado para perpetrar atividades exploratórias que sejam lucrativas. Eles denunciam que uma fantasia de pele real de urso como a usada no festival pode custar até US$ 2.400 (aproximadamente R$ 10 mil).
Ativistas asseveram ainda que a origem das peles é nebulosa, pois por não ser um produto usual, não é facilmente encontrada no mercado comum, o que pode esconder atividades ainda mais destrutivas do que o estimado.
Antes do festival realizado este ano, grupos abolicionistas realizaram campanhas pedindo que o evento fosse realizado sem o uso das peles, pois além de ser uma prática retrógrada, é pautado em crueldade e estupidez.