Abusadores de animais cruéis picharam o código “T-34” correspondente ao nome de um icônico tanque soviético – em um urso polar selvagem.
O animal, mostrado nas fotos, foi visto na região do Ártico russo graças a um vídeo que foi feito por trabalhadores que carregavam um caminhão na região, os homens batizaram o animal selvagem de Misha.
A filmagem foi feita na remota região de Chukotka, mas não se sabe exatamente onde o vídeo foi filmado ou quem pintou um grande “T-34” com spray preto na lateral direita do corpo do urso.
A princípio, os trabalhadores lutam para identificar as marcas no urso e alguém diz: “Por que ele está tão sujo?”
Então eles chegam a conclusão de que há algo “errado” com o animal.
Somente quando o urso está mais perto é que eles conseguem ver que ele esta “pintado” com o nome de um tanque.
Uma teoria é que soldados de uma base militar remota podem ter pintado o animal, mas não está claro como o subjugaram ou sedaram para marcá-lo desta forma.
Anatoly Kochnev, pesquisador sênior do laboratório de Ecologia de Mamíferos do Instituto de Problemas Biológicos do Norte, alertou que o urso pode sofrer com o grafite, informou o The Siberian Times.
“Os cientistas não poderiam fazer isso”, disse ele.
“Este é um ato de vandalismo e de extrema crueldade e desrespeito com o animal”
“A escrita em preto significará problemas para o urso quando caçar presas”, disse Kochnev.
Também torna o animal mais visível para os caçadores.
O vídeo se tornou viral na Rússia e os cientistas estão tentando descobrir onde foi filmado para responsabilizar os culpados.
Risco de extinção e luta pela sobrevivência
De acordo com a ONG internacional WWF, devido à perda contínua e potencial de seu habitat e do gelo marinho, resultante das mudanças climáticas, os ursos polares tem encontrado dificuldade em achar alimento.
Os ursos polares passam a maior parte de sua vida no gelo marinho do Oceano Ártico e há uma população já estabelecida que habita a região do Ártico há gerações.
Geralmente, os ursos polares comuns têm uma espessa camada de gordura corporal e uma camada abundante de pelo repelente à água que os isola do ar frio e da água.
Sobrevivendo principalmente de uma dieta de focas, que tem um alto teor de gordura, os ursos podem ficar por longos períodos sem comer.
De acordo com o WWF, devido à perda contínua e potencial de seu habitat de gelo marinho resultante das mudanças climáticas, os ursos polares foram listados como espécies ameaçadas nos EUA sob a Lei de Espécies Ameaçadas de Extinção, em maio de 2008.
Os cientistas dividiram a população total de ursos polares em 19 unidades ou subpopulações.
Desses, os dados mais recentes do Grupo de Especialistas em Ursos Polares da IUCN mostram que uma subpopulação está em declínio (mar de Beaufort do sul) e que existe um alto risco estimado de declínio futuro devido às mudanças climáticas e à falta de dados.
Fome e fraqueza
Um exemplo forte e triste da situação desses belos animais são as fotografias fortes e comoventes tiradas pelo fotógrafo britânico-brasileiro, Joe Shutter, 30, que mostram um urso polar magro e fraco lutando para ficar de pé enquanto busca por alimento.
As imagens mostram o imenso urso polar extremamente magro lutando para se levantar enquanto sua estrutura esquelética se projeta através de sua pele flácida.
A criatura luta para conseguir andar e parece desanimada e exausta quando aponta o focinho manchado de lama em direção à câmera.
Shutter disse: “Eu visitei a Groenlândia ano passado e tivemos a sorte de ver cinco ursos polares. Este ano, vimos apenas um – e ele estava em um estado deplorável. Não é garantido que você veja ursos polares, é claro, mas o que vimos era dolorosamente fino e cheirava a terra – não havia gelo ou neve ao seu redor”.
“O capitão do barco em que eu estava – que visita esta parte da Groenlândia há mais de 30 anos – disse que o urso estava com problemas sérios, porque parecia fraco demais para sobreviver no inverno. Foi muito comovente, muito emocionante ver a cena tão próxima, assistir um urso em tão mau estado”.
“Acho que todos estamos cientes dos perigos que enfrentamos”, continuou Shutter.
“As questões da poluição por plásticos e da remissão do gelo marinho – são assuntos preocupantes e de grande impacto no planeta, estamos vendo seus efeitos ao vivo. Pode ter sido apenas um urso velho cuja hora havia chegado, mas o animal parecia não ter energia mais – não como os ursos brincalhões que vi no ano passado”.
“Acho que isso é o que mais impressiona nesses ursos, são simplesmente únicos. Mas ao mesmo tempo que são imensos são frágeis, ao vê-los lutando por alimento você tem uma noção real do que está em jogo. Todos devemos fazer a nossa parte para proteger nossos ambientes de maior risco”, concluiu o fotógrafo.
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