A Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) anunciou a expulsão dos quatro estudantes da instituição que estão envolvidos em um caso de maus-tratos a um cachorro submetido a uma castração irregular em uma república em Presidente Prudente, no interior do estado de São Paulo.
Por meio de nota, a Unoeste afirmou que lamenta a atitude dos jovens “envolvidos na castração irregular e maus-tratos de um cão” fora do ambiente da universidade e garantiu que funcionários da instituição estão em contato “com as autoridades policiais acompanhando o caso”.
A instituição também se colocou “à disposição para acolher e dar todo o suporte ao tratamento necessário ao animal” e reforçou seu comprometimento com a proteção animal, que afirma manter há mais de 30 anos. “Este acontecimento recente, que felizmente foi descoberto a tempo de salvar as vidas ali em risco, não condiz com a missão, visão e valores institucionais”, diz a nota.
“Temos a maior estrutura do oeste paulista no atendimento aos animais, que é referência no país e presta diferentes serviços para toda a região de Presidente Prudente, inclusive mantém parcerias com entidades de proteção aos animais. Todo início de semestre realizamos o nosso tradicional trote do bem com a doação de toneladas de ração para ONGs da região. São muitas atividades voltadas ao bem-estar animal e, sem dúvidas, esse fato deixou toda a comunidade interna e externa estarrecida”, acrescenta.
Ao anunciar a expulsão dos estudantes, a Unoeste afirmou que tomou essa decisão porque “tal acontecimento não condiz com os nossos princípios institucionais” e desejou “que fatos como este não se repitam em qualquer lugar do planeta” ao reforçar o compromisso da instituição “de lutar para que os animais recebam todo cuidado e carinho que merecem”.
De acordo com informações do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), os universitários envolvidos na castração irregular de um animal da raça labrador cursavam Medicina Veterinária e Zootecnia na Unoeste. O CRMV disse ainda que pediu à universidade e à delegacia que fossem tomadas “as providências cabíveis em relação aos alunos identificados pelo crime de maus-tratos e por exercício ilegal da profissão”.
O CRMV destacou ainda que a cirurgia foi realizada fora de ambiente supervisionado pela Unoeste ou por médico veterinário formado, o que colocou o bem-estar e a saúde do animal em risco.
“Adicionalmente, o Conselho, apesar de não ter ingerência para apuração dos casos e penalização ética, visto que não se tratam de profissionais graduados e registrados, colocou-se à disposição da delegada de Polícia Civil de Presidente Prudente para dar todo o suporte técnico que se faça necessário com relação ao animal e a fundamentação da situação de crime de maus-tratos, reforçando tratar-se também de uma contravenção penal pelo exercício ilegal da profissão”, afirmou o Conselho em um comunicado.
O caso é investigado pela Polícia Civil, que recentemente instaurou um inquérito e informou que os jovens seriam chamados para prestar depoimento às autoridades.