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SOFRIMENTO

Travessia infernal e milhares de mortes: transporte de animais explorados para consumo sob calor extremo

5 de agosto de 2023
2 min. de leitura
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Foto: Getty Images

O mundo acaba de passar pelo que provavelmente foi seu mês mais quente já registrado. Os impactos da crise climática na saúde das pessoas é visível e bastante documentado, mas e quanto aos animais? Aqueles que são criados em grande quantidade também estão sofrendo com o calor exacerbado enquanto são transportados como carga viva, mostram dados obtidos pela Carbon Brief e divulgados pela Euronews.

Em julho de 2022, o Reino Unido atingiu 40°C pela primeira vez na história. Naquele dia, quase 10 mil frangos morreram de estresse por calor em uma única viagem para um matadouro, informa a organização. Entre junho e agosto de 2022, 18,5 mil frangos morreram no transporte, ante 325 no mesmo período do ano anterior.

Os porcos também sentiram o calor, com pelo menos uma dúzia de mortes em um único caso, levando a “comportamentos canibalísticos” entre os animais.

Os números alarmantes têm como contexto as condições apertadas e mal ventiladas sofridas pelos animais no transporte e nas fazendas. Com as temperaturas médias subindo constantemente, o problema só tende a piorar.

Energia limpa e comer menos carne podem ajudar

Uma solução viável e pouco custosa envolveria estruturas de sombra e suprimentos extras de água, diz Gerald Nelson, professor emérito da Universidade de Illinois Urbana-Champaign e coautor de um estudo publicado na revista científica Lancet sobre os efeitos do estresse térmico nos animais. Ele também aponta que focar a produção em raças mais tolerantes ao calor poderia ajudar.

Em termos de custo ambiental, o uso de energia solar e outras formas de energia limpa nas fazendas poderia reduzir ou neutralizar as emissões envolvidas no transporte. Mas a forma mais direta de poupar os animais e atacar o problema das emissões envolvidas no transporte seria cortar o consumo de carne e laticínios, diz a Euronews.

Uma dieta vegana, que significa não comer alimentos derivados de animais, gera apenas 0,7 kg de dióxido de carbono por mil calorias consumidas, de acordo com uma pesquisa nacional de saúde realizada recentemente pelo Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Em contrapartida, a dieta tipicamente rica em produtos de origem animal gera quase 3 kg de carbono para cada mil calorias.

Aumentar investimentos em carne cultivada em laboratório também pode ajudar a reduzir a dependência dos animais criados em fazendas. Recentemente, os EUA aprovaram um produto de frango cultivado dessa forma para consumo humano.

Fonte: Um Só Planeta 

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